Medo de cirurgia: um em cada quatro brasileiros tem receio de ficar cego durante procedimento para tratar catarata

Portrait of lady oculist smiling and looking at camera with happiness. Cheerful doctor standing in clinic office and covering left eye with tender hand. Vision test concept

Pesquisa com internautas mostra que muitos acreditam que não têm controle sobre a perda de visão e menos da metade dos adultos acima de 55 anos cuida preventivamente da saúde dos olhos. Veja o que os oftalmologistas recomendam.

A maior causa de cegueira tratável no mundo é a catarata, que responde por cerca de 45% dos quase 34 milhões de causas de perda de visão.1

No Brasil, este número é um pouco mais alto. O último censo do CBO – Conselho Brasileiro de Oftalmologia mostra que a catarata corresponde por 49% da cegueira no país, embora o número de cirurgias de catarata tenha dobrado na última década. Como o envelhecimento é a principal causa de catarata e houve um avanço do envelhecimento no país, a incidência da doença também aumentou.

Segundo a Dra. Debora Sivuchin, oftalmologista e gerente de educação profissional da Johnson & Johnson Brasil, o único tratamento para a catarata é o procedimento cirúrgico. E quando é a melhor hora para se operar a catarata? Quando a diminuição da acuidade visual impede ou dificulta as atividades rotineiras do paciente. A cirurgia de catarata retira o cristalino (lente natural do olho) que está opacificada e o substitui por uma lente artificial transparente, escolhida sob medida para o olho de cada paciente; revertendo o problema, caso o paciente não apresente outras alterações visuais. É uma das cirurgias oftalmológicas com maior índice de eficácia.

Graças aos avanços tecnológicos, os aparelhos e as lentes para as cirurgias de catarata estão cada vez mais modernos e precisos, assim como também houve um desenvolvimento das técnicas cirúrgicas e até mesmo das habilidades dos cirurgiões. Portanto, atualmente não se espera mais a uma intensa progressão da doença para se operar (o chamado “amadurecimento da catarata”). Ou seja, o paciente pode ser submetido à cirurgia assim que a opacidade do cristalino prejudicar suas atividades cotidianas. O diagnóstico e tratamento precoce facilita o ato cirúrgico.

Uma das técnicas cirúrgicas mais modernas é a facoemulsificação, que utiliza ultrassom para “quebrar” o núcleo do cristalino e facilitar a sua extração. Muitos procedimentos, para serem ainda mais precisos, utilizam laser durante o processo cirúrgico.

Muitas vezes a anestesia pode ser local, a recuperação em geral acontece de uma forma bastante rápida. Quanto melhor a técnica cirúrgica, os equipamentos utilizados e a qualidade da lente intraocular que substituirá o cristalino do paciente, melhor a eficácia e a segurança da cirurgia.

Atualmente existem lentes intraoculares que além de substituir o cristalino, também conseguem satisfazer a necessidade visual dos pacientes, inclusive evitando que o mesmo precise de óculos no pós-operatório, como no caso das lentes intraoculares tóricas, multifocais ou com foco estendido.

• (https://www.thelancet.com/JOURNALS/LANGLO/ARTICLE/PIIS2214-109X(20)30489-7/FULLTEXT).

Dados importantes:

• Com a pandemia do coronavírus, quatro em cada 10 respondentes deixaram de visitar o oftalmologista.

• 46% acima de 55 anos faz cuidado preventivo da visão

• 25% dos entrevistados afirma que a perda de visão/problemas nos olhos faz parte do envelhecimento e não tenho controle sobre isso.

• 81% dos consultados tem conhecimento que exames preventivos de visão podem detectar sinais iniciais de outros tipos de doenças, além de problemas nos olhos

• As principais barreiras para a ida mais frequente ao oftalmologista são a ausência de alterações visuais proeminentes, seguida do valor alto da consulta e da dificuldade de atendimento via SUS;

• Quando aos estímulos, 57% fariam a cirurgia de catarata para melhorar a visão e a qualidade de vida, 44% pela possibilidade na prevenção da cegueira e 39% por ser uma cirurgia simples/com poucos riscos.

• Quando perguntados sobre os impedimentos para fazer a cirurgia de catarata, caso fosse recomendado, 24% afirma que teria medo de ficar cego, 18% medo da cirurgia/hospital/médico, 17% não faria pela incerteza de sucesso.

• 58% das pessoas conhecem catarata e 44% conhecem glaucoma. Quanto ao diagnóstico, 3% dizem que foram diagnosticadas com catarata (acima de 55 anos, o índice sobe para 15%; e 1% com glaucoma.

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