Mortes por Leptospirose aumentam 70% nos últimos dois anos

A closeup selective focus shot of a brown rat on the concrete ground

Infectologista do São Cristóvão Saúde comenta sobre a doença; enchentes são o principal fator de risco para contaminação

De acordo com Boletim Epidemiológico de Leptospirose, no Brasil, a leptospirose é uma doença de notificação compulsória às autoridades de saúde, desde 1993. De acordo com boletim divulgado pelo Governo Federal, em 2023 foram notificados 13.279 casos da doença, com letalidade média de 9%. Porém, a doença não é tão comentada e segue causando vítimas em diversas regiões, principalmente em períodos de fortes chuvas, por conta de contato com águas contaminadas em alagamentos e enchentes.

Infectologista do São Cristóvão Saúde, Dra. Michelle Zicker comenta sobre a doença: “A leptospirose, doença infecciosa febril aguda, é transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais infectados (principalmente ratos) pela bactéria Leptospira”. Segundo a especialistasua penetração ocorre por meio de lesões na pele, mucosas, ou por longos períodos em água contaminada. “As inundações propiciam a disseminação e a persistência da bactéria no ambiente, facilitando a ocorrência de surtos. Desse modo, os casos são mais frequentes no período de calor e chuvas”, complementa Dra. Michelle.

Sintomas, tratamento e prevenção da leptospirose

Antibióticos e outras medidas de suporte são parte da orientação médica e podem agir em qualquer período da doença, mas sua eficácia costuma ser maior na 1ª semana do início dos sintomas. Segundo Dra Michelle Zicker, “a escolha do antimicrobiano vai depender do estágio da doença e as manifestações clínicas variam desde formas assintomáticas até quadros graves, sendo divididas em duas fases: precoce e tardia”.

Casos leves da doença podem ser tratados em ambulatório, mas os casos graves precisam internação hospitalar. Contudo, a automedicação não é indicada, pois pode agravar a doença.

A especialista ainda ressalta os principais sintomas da fase precoce:

“Em aproximadamente 15% dos pacientes com leptospirose, ocorre a evolução para manifestações clínicas graves, que normalmente iniciam-se após a primeira semana de doença. Nas formas graves, a manifestação clássica da leptospirose é a síndrome de Weil, caracterizada pela tríade de icterícia (tonalidade alaranjada da pele muito intensa – icterícia rubínica), insuficiência renal e hemorragia, mais comumente pulmonar”, salienta a infectologista.

“Como sua ocorrência está relacionada a condições sanitárias precárias e alta infestação de roedores infectados, a prevenção da doença está diretamente ligada à melhoria nos programas de saneamento e de higiene”, reforça a especialista. Desse modo, algumas orientações são destacadas pela especialista, de forma a evitar a doença:

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