Por que o tratamento oncológico deve ser acompanhado por um cardiologista?

Middle age hispanic man wearing doctor uniform auscultating heart at clinic

As toxinas presentes em medicamentos utilizados para combater neoplasias malignas podem acarretar problemas graves, como a insuficiência cardíaca

O músculo mais importante do corpo também pode sofrer com os efeitos das terapias utilizadas para o tratamento oncológico. Procedimentos como quimioterapia e radioterapia podem causar problemas ao coração, e as chances são maiores se o paciente possui riscos para doença cardíaca, como: hipertensão, diabetes, obesidade, arritmias e histórico de infarto prévioi.

É importante que o estado geral de saúde do paciente seja avaliado no início do tratamento oncológico, já que muitas vezes a terapia à qual os pacientes com o câncer avançado são submetidos, pode ser um agravante para doenças cardíacas. 

“A consulta com um cardiologista é tão fundamental quanto o tratamento com o oncologista. Essa integração traz mais segurança ao paciente e evita futuras complicações”, destaca Sérgio Teixeira, diretor médico da Ferring Brasil. “A cardiotoxicidade em tratamentos oncológicos pode ser o responsável não só por aumentar o risco de morte ao paciente, mas de acarretar sequelas significativas”, completa Teixeira. 

A cardiotoxidade se caracteriza como o dano causado ao coração pelo tratamento oncológico, sendo responsável pelos efeitos adversos mais significativos, e principalmente por ocasionar morbimortalidade, que representa o número de indivíduos que morreram ou que ficaram com sequelas como consequência de uma enfermidade. Uma das lesões que mais preocupam os especialistas é a insuficiência cardíaca, que acontece quando o órgão fica enfraquecido e o bombeamento de sangue é comprometido. Em alguns casos, pode ocorrer também arritmias e eventos tromboembólicos. 

É importante ressaltar que o paciente deve priorizar rotina saudável, sempre que possível, incluindo atividades físicas e alimentação equilibrada, mesmo após o diagnóstico oncológico. Com esses cuidados, o paciente se beneficiará com qualidade de vida e irá reduzir o risco de problemas cardíacos.

As doenças cardiovasculares representam as principais causas de mortes no país, e de acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 300 mil indivíduos por ano sofrem Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), ocorrendo óbito em 30% desses casos. Estima-se que até 2040 haverá aumento de até 250% desses eventos no país.

Referências:

  1. Cardio-oncologia. Grupo Oncoclínicas. Convivendo com o câncer. Disponível em: https://grupooncoclinicas.com/tudo-sobre-o-cancer/convivendo-com-o-cancer/cardio-oncologia. Acesso em 27 de março de 2024.
  2. Cardiotoxicidade associada à terapêutica oncológica: mecanismos fisiopatológicos e estratégias de prevenção. Revista Portuguesa de Cardiologia. Disponível em: https://www.revportcardiol.org/pt-cardiotoxicidade-associada-a-terapeutica-oncologica-articulo-S0870255113000334. Acesso em 27 de março de 2024.
  3. “Use o coração para vencer as doenças cardiovasculares”: 29/9 – Dia Mundial do Coração. Biblioteca Virtual em Saúde. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/use-o-coracao-para-vencer-as-doencas-cardiovasculares-29-9-dia-mundial-do-coracao/#:~:text=No%20Brasil%2C%20as%20doen%C3%A7as%20cardiovasculares,250%25%20desses%20eventos%20no%20pa%C3%ADs. Acesso em 27 de março de 2024.

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