Tabagismo e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica: saiba como o cigarro aumenta os riscos desta doença

Close up of womans hand with cigarette in the street.

No mês de conscientização da DPOC, especialista do Centro Médico da Gávea, do Hospital São Lucas Copacabana, explica o que é a doença e como tratar

De acordo com o último levantamento epidemiológico do Ministério da Saúde, houve uma queda no número de fumantes no Brasil de 51,1% a 46,6% dos entrevistados. Porém, ainda é alta a quantidade de mortes anuais atribuídas ao uso de tabaco, chegando a 160 mil. Além do índice, outro ponto preocupante é o tabagismo estar relacionado ao desenvolvimento de aproximadamente 50 doenças, entre elas a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), que obstrui as vias aéreas e torna a respiração mais difícil. Nesse mês em que se celebra o Dia Mundial da DPOC, o pneumologista do Centro Médico da Gávea, do Hospital São Lucas Copacabana, Alexandre Cardoso, responde algumas dúvidas sobre a doença.

Segundo o especialista, a principal causa para a DPOC é o tabagismo. “É uma doença que está relacionada ao consumo ao cigarro convencional, ainda que o cigarro eletrônico ou cachimbo também estejam relacionados. Em geral, as pessoas começam a fumar na juventude, mas a doença é desenvolvida em torno dos 40 anos. A partir da exposição contínua e permanente à fumaça do cigarro, as vias aéreas ficam irritadas progressivamente, o que prejudica a respiração.” afirma o médico.

A chamada “tosse de fumante” ou o “pigarro” são os sintomas mais comuns da doença. O organismo responde ao processo inflamatório com maior produção de muco, para proteger as vias aéreas, explica Cardoso. “A falta de ar e a expectoração (o catarro) também são sintomas da DPOC, que muitas vezes comprometem os alvéolos, onde acontecem as trocas gasosas. Esses sintomas são progressivos e podem comprometer a capacidade respiratória, impedindo inicialmente de a pessoa realizar grandes esforços, como atividade física e, em quadros mais graves, a impossibilidade de fazer tarefas básicas, como caminhar” aponta o médico.

A principal maneira de evitar a DPOC é não fumar. Há alguns casos mais raros de pessoas que utilizam fogão a lenha, onde não tenha exaustor, e a fumaça pode ser prejudicial às vias aéreas, assim como o trabalho em minas de exploração. Por causa da poluição, além da fumaça industrial, essas condições também aumentam a predisposição à doença. Há organismos que são mais suscetíveis e acabam desenvolvendo a DPOC de maneira mais rápida.

O pneumologista reforça que, por se tratar de uma doença nas vias aéreas, as infecções de repetição podem agravar o quadro da DPOC. Exemplos, como a gripe, a pneumonia e a covid-19 podem prejudicar ainda mais a saúde do paciente. “É muito importante tomar anualmente as vacinas contra a gripe e, agora, a do coronavírus também. Isto porque para quem tem bronquite crônica e/ou enfisema, a imunização reduz a progressão mais rápida da DPCO. Do mesmo modo, para quem já trata alguma infecção respiratória, é fundamental fazer o uso adequado das medicações”.

Tratamentos e transplante

O tratamento para a doença pulmonar obstrutiva crônica é primeiramente a medicação bronco dilatadora e, dependendo do quadro, associada a outras medicações. É importante ter acompanhamento médico para entender qual melhor forma de tratar de acordo com o paciente. O especialista alerta ainda que, no inverno, todas as doenças respiratórias têm maior incidência de aparecer, mas a DPOC deve ser tratada o ano todo.

Já para os casos mais graves, quando a doença progride de maneira rápida e afeta irreversivelmente o pulmão, há tratamentos complementares como a reabilitação e a fisioterapia respiratória. Entretanto, o pneumologista explica que, atualmente, uma alternativa viável é o transplante de pulmão, já disponível no Brasil. “O Hospital São Lucas Copacabana, por exemplo, é creditado pelo Ministério da Saúde para realizar transplante de pulmão, com estrutura e equipe capacitada para tal procedimento”, completa Cardoso.

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