Especialista em perda auditiva do Hospital CEMA explica como prevenir e quais são os recursos atuais para pessoas que sofrem com perdas auditivas

Existem problemas de saúde que produzem sintomas muito sutis, e que, muitas vezes, passam despercebidos, até que se agravam. É o caso de grande parte dos casos de perda auditiva. Uma estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê que cerca de 25% das pessoas, no mundo todo, sofrerão alguma perda auditiva, até 2050. No entanto, esse número pode ser reduzido com cuidados simples, como evitar utilizar fones de ouvido por tempo prolongado, se proteger de ruídos muito altos e constantes, cuidar corretamente de doenças de ouvido, como otites, não utilizar objetos estranhos no ouvido e, principalmente, consultar um especialista com frequência. “A perda auditiva está entre as condições mais associadas à depressão”, explica o otorrinolaringologista do Hospital CEMA, Andy Vicente.

Entre as principais causas da surdez, estão os traumas, tumores, otites não tratadas, exposição prolongada a sons altos, ocorrência de doenças, como diabetes, hipertensão arterial, caxumba, sarampo, rubéola, meningite, envelhecimento e enfermidades genéticas.

Além das medidas preventivas, é importante que as pessoas tenham acesso também às inovações que permitem a muitos ouvirem com mais qualidade. No entanto, são poucos os que sabem dos recursos atuais que a medicina oferece para quem sofreu alguma perda auditiva. “Além dos aparelhos auditivos, existe o implante coclear. Apesar do crescimento, o implante chega para menos de 5% do total de pacientes que poderiam ser usuários dessa tecnologia”, explica o especialista em perda auditiva.

O implante é indicado para casos de perda auditiva neurossensorial severa ou profunda, que não tiveram respostas satisfatórias com o uso de próteses auditivas convencionais. Ele promove uma estimulação elétrica do nervo auditivo, restabelecendo a audição. No entanto, esse é um tratamento que demanda uma terapia fonoaudiológica específica, especialmente nos primeiros 12 meses. Cada vez menores, a tendência é que futuramente seja possível fazer implantes cocleares totalmente implantáveis (sem a unidade externa). “Todos esses avanços nos deixam mais confiantes e seguros para tratarmos pessoas com diversos tipos de perda auditiva”, conclui o médico.