Por Maria Fernanda Elias
Passamos pela Semana Mundial do Aleitamento Materno e muitos relatos foram mostrados nas redes sociais. A troca de vivências relacionadas à amamentação é muito importante e incentivadora, afinal, cada mãe tem uma experiência diferente da outra neste momento.
Não é novidade que os bebês que são amamentados usufruem de benefícios a curto e longo prazo. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, dentre os efeitos benéficos em curto prazo está o menor risco de mortalidade; em longo prazo, estão a redução do sobrepeso e obesidade, e a proteção contra o diabetes, por exemplo. É por isso que dez entre dez especialistas de saúde concordam que o leite materno é o melhor alimento que um bebê pode receber.
Mas neste texto eu gostaria de trazer uma informação mais detalhada, explicando algumas das razões que fazem com que o leite materno promova tantos benefícios e que muitas pessoas podem não saber. O leite materno é a única fonte natural de substâncias chamadas HMOs (sigla em inglês para oligossacarídeos do leite humano), um conjunto de carboidratos que exercem diversas funções no organismo do bebê, como fortalecer seu sistema imunológico, desenvolver e amadurecer sua saúde gastrointestinal entre outras.
Existem mais de 200 variedades de HMOs no leite materno, que são produzidos pelas glândulas mamárias durante a lactação. Dentre todos os HMOs, dois deles são particularmente importantes para a saúde do bebê: o 2′-FL (2 fucosil lactose) e a LNnT (Lacto-N-neotetraose). Ambos, em combinação com os demais HMOs, atuam para fortalecer a integridade do intestino, regular o sistema imunológico e proteger o corpo contra bactérias, vírus e outros organismos que podem causar doenças.
É importante ressaltar que os leites de origem animal, como de vaca ou de cabra, são pobres em HMOs, e que também não são encontrados em outras fontes alimentares, como frutas e vegetais, sendo o leite materno realmente a única fonte natural desses componentes.
Além dos HMOs, o leite materno conta com outros nutrientes essenciais para o bebê, como vitaminas e minerais, além de ter fácil digestão e estimular mais o desenvolvimento da criança. Quando o bebê é alimentado apenas com leite materno, ele não precisa consumir chá, sucos, água ou qualquer outro alimento até os seis primeiros meses, pois o leite materno já é suficiente para hidratar, mesmo em locais muito quentes.
Além de todos esses benefícios relacionados à saúde dos bebês, a amamentação fortalece o vínculo afetivo entre mãe e filho, satisfazendo de modo mais amplo as necessidades emocionais de ambos e oferecendo ao bebê uma maior garantia do seu equilíbrio interno.
Maria Fernanda Elias é gerente de comunicação da DSM Nutrição e Saúde Humana para América Latina. Nutricionista, Mestre em Saúde Pública e Doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP).