Palavra do Presidente

Inimigo desconhecido e uma gestão desafiadora
Considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a maior crise sanitária mundial da nossa época, o novo coronavírus, esse inimigo desconhecido e silencioso, ganhou a atenção do mundo, que, agora, procura se unir para enfrentá-lo. No planeta, mais de 1 milhão de pessoas foram infectadas pela Covid-19, que deixou milhares de mortes por vários países, marcando, de uma maneira trágica, nossa história.
A Organização das Nações Unidas (ONU) considera que a pandemia de coronavírus é o maior desafio desde a 2ª Guerra Mundial, e avalia que a crise atual tem o potencial de ampliar a instabilidade e os conflitos pelo mundo, gerando, além da crise, um recesso econômico que deixará cicatrizes.
Embora todos os órgãos, autoridades e instituições do Setor Saúde continuem somando esforços, compreendemos que só a união e a conscientização dos brasileiros, num esforço conjunto com os outros países, além das pesquisas e das iniciativas empresariais, conseguirão conter e solucionar essa situação. Cada um fazendo a sua parte para ajudar o próximo, cumprindo seu papel como cidadão e profissional, vai contribuir para manter a população protegida, em especial, os profissionais que atuam no setor.
Para os hospitais e as suas equipes, que, além de se expor, precisam enfrentar essa situação na linha de frente, são vários os fatores que se apresentam para a manutenção e o contínuo cuidado com o objetivo de cumprir o seu dever de cuidar das pessoas. São imensos os desafios, e a Federação Brasileira de Hospitais (FBH) reconhece todos eles. A FBH batalha, há tempos, por uma política mais justa para o setor e por mais investimentos para o contínuo desenvolvimento dos hospitais.
A gestão hospitalar e do setor, que sempre foi desafiadora, além das crises de saúde e econômica, se depara com uma crise política que poderá ser catastrófica nesta ocasião em que a prioridade deve ser apresentar soluções e projetos que nos ajudem a solucionar essa pandemia, em vez de se aproveitar do cenário e pensar nas próximas eleições.
Neste momento, o Setor Hospitalar mostra não apenas o apoio, a força e o respeito que possui da população, mas solicita o olhar do governo e das instituições para que, em vez de construir uma estrutura para o enfrentamento e o atendimento aos infectados pelo novo vírus, além de todas as necessidades de atendimento, utilizem a já existente estrutura hospitalar e do setor, que, no final, será muito menos dispendiosa do que montar um acampamento do zero.
Com certeza, ficará uma grande lição e aprendizado para todos. Continuaremos lutando com os profissionais e os gestores hospitalares para solucionar esta situação e continuarmos avançando.
Adelvânio Francisco Morato
Presidente da Federação Brasileira de Hospitais