Pesquisadores esclarecem mitos e verdades sobre produto que vem sendo aplicado em plásticos, tecidos, tintas e ajudando a retomada da vida em plena pandemia
O mundo já está retomando suas atividades, mas a pandemia de Covid-19 segue fazendo muitas vítimas e, enquanto uma vacina não chega, a tecnologia vem cumprindo o papel de proteger a população contra o vírus. Um bom exemplo disso é a utilização das micropartículas de prata que vem se mostrando essencial para ajudar a conter a propagação do novo coronavírus. Aplicado industrialmente em materiais como tecidos, plásticos, tintas de parede, pisos laminados, sprays de ambientes, entre outros, o produto possui propriedades capazes de inativar o SARS-CoV-2 a partir de dois minutos de contato.
No entanto, apesar de ter suas propriedades comprovadas por laudos de instituições com as melhores reputações acadêmicas do mundo como USP, UFscar e Jaume I, da Espanha, recentemente, a eficácia das micropartículas de prata também acabou sendo alvo das chamadas fakenews. Sem nenhum comprometimento com a verdade e com objetivo de causar pânico, as informações falsas circulam pelas redes sociais e aplicativos de mensagens e, neste momento tão crítico pelo qual estamos passando com a pandemia, ameaçam, inclusive, o combate à doença.
A disseminação de notícias falsas pode trazer danos reais à saúde da população, pois existe uma mudança de comportamento em consequência do que é disseminado. Para ajudar nos esforços contra este tipo de desserviço a respeito deste aditivo que vem ajudando as pessoas a retomarem suas atividades com segurança, Daniel Minozzi e Gustavo Simões, químicos e pesquisadores formados pela Universidade de São Carlos e fundadores da empresa de nanotecnologia Nanox, desenvolveram uma lista de mitos e verdades. O objetivo é justamente tranquilizar as pessoas sobre a segurança e os benefícios das partículas de prata.
1 – O que são micropartículas de prata?
A prata, como o próprio nome sugere, é o elemento químico de símbolo Ag na tabela periódica por ter seu nome criado do grego Argentum. As micropartículas são pequenas estruturas, cristais, deste elemento que estão em tamanho, escala, micrométrica. Diferente do que muitos pensam e imaginam, de uma forma única, o elemento prata pode ter tamanhos e formatos diferentes e também gerar diferentes compostos.
2 – Como as micropartículas de prata funcionam em organismos vivos (Vírus, bactérias, fungos)?
A prata é um metal e é um ótimo condutor (um dos melhores), inclusive muito empregado em indústria de microeletrônica atualmente, essa característica se deve por sua elevada capacidade de doar elétrons. Além disso, a prata também tem como característica a formação de seu íon em água. Essas duas propriedades em conjunto fazem com que os microrganismos em contato com esse metal tenham suas atividades e funções vitais comprometidas levando à sua inativação.
3 – Todos os metais então são antimicrobianos?
Outros metais têm funções antimicrobianas semelhantes, mas não iguais, porém, a prata, é a que reúne as melhores características para se ter as funções antimicrobianas em termos de aplicação, toxicidade e estabilidade. Esta diferença de funcionalidade pode ser observada na própria prata que, em tamanhos e estruturas diferentes atingem graus de funcionalidade distintos.
4 – Existe comprovação científica sobre a eficácia do produto?
Além de comprovações científicas e ensaios normatizados para se medir a eficiência antimicrobiana, antiviral e antifúngica em produtos, a história mostra sua usabilidade da prata como eficiente produto antimicrobiano. Antes do ser humano inventar os antibióticos os colóides de pratas e compostos de prata eram largamente utilizados no combate de microorganismo em infecções, outra grande utilização da prata foram os utensílios domésticos e pessoais de prata, isso ocorreu por conta de sua melhor higienização.
5 – Como saber se o material que estou adquirindo possui certificação comprovada contra a SarsCov-2?
Normalmente quando uma empresa lança um material com aplicação e uso de antimicrobianos, o mesmo passa por diversos ensaios e verificações técnicas e de regulação mercadológicas quanto às informações e funcionalidade do produto. O principal nesse momento é identificar junto com o fabricante do material que está adquirindo informações sobre os ensaios e comprovações feitas.
6 – Quais são as aplicações deste produto?
A aplicação de antimicrobianos, antifúngicos e antivirais são para diversos mercados e fins. Podemos citar como exemplos as aplicações desde controles de contaminação cruzada como tecidos de roupas e máscaras, equipamentos e superfícies hospitalares, clínicas e de ambientes comuns como academias, clubes, banheiros públicos e em escritórios, até a utilização de evitar contaminantes em processos industriais como nos de alimentos em embalagens e equipamentos. Além disso, o emprego dos antimicrobianos tem uma importância grande de seu uso como preservantes ou conservantes de produtos que são usados em tintas, lonas e, até mesmo, controlando o prazo de validade de formulações cosméticas impedindo a desestabilização e degradação de microorganismos.
7 – Micropartículas de prata causam doenças e riscos ao meio ambiente?
Vale sempre lembrar e ressaltar que todo uso indevido e indiscriminado de qualquer produto químico pode causar toxicidade ao ser humano e ao ambiente. A tecnologia de prata desenvolvida pela Nanox e suas aplicações, antes de ir ao mercado é amplamente estudadas para que seu uso seja seguro para todos, desde sua fabricação até os usuários dos produtos, além disso para que os impactos ambientais sejam os menores e minimizem impactos causados por produtos e tecnologias que são hoje amplamente utilizadas como antimicrobianos.
8 – Qual a durabilidade das micropartículas de prata?
As partículas de prata são compostos com grande estabilidade física e química, elas resistem à temperatura de processos industriais como o de transformação dos plásticos e dos acabamentos de tecidos e pode resistir quimicamente a uma diversidade de produtos químicos. Portanto a durabilidade de sua ação antimicrobiana no produto depende diretamente da qualidade do produto final e da forma que a prata está presa em sua composição.
9 – Qual a diferença entre antivirais, antibactericidas e antifúngicos? (Qualquer produto antibacteriano pode ser considerado antiviral?)
São funções diferentes de produto. Antivirais têm funções de controle e combate à vírus, antibacteriano ao controle de bactérias e antifúngico ao controle de fungos. Existem produtos com controle a microrganismos específicos e outros que não têm essa especificidade. Isso se deve por suas características de ação e forma de controle dos microrganismos que tem em seu universo microbiológico desde tamanhos muito diferentes, até mesmo funções vitais como de respiração e reprodução distintas.
10 – Se existe um produto capaz de inativar o coronavírus, por que ainda não temos uma vacina?
São casos e protocolos de avaliação distintos. Existem produtos que combatem e controlam o novo coronavírus em ambientes – como o álcool em gel que usamos nas mãos para higienização – ou mesmo o uso de superfícies tratadas com nossa prata que passam por estudos laboratoriais e de eficiência. Alguns desses materiais podem até ser usados como base em farmacologia (como é o caso do álcool e até mesmo da prata), porém, para se ter uma vacina ou mesmo um medicamento, os estudos são ampliados para testes em fases clínicas de humanos e feitos para se avaliar seu grau de interação com nosso organismo e isso requer maior tempo de estudo.
11 – Qual o diferencial do produto da Nanox para os demais?
O maior diferencial da Nanox é sua experiência na utilização da prata como antimicrobiano em mais de 16 anos. Nesse período, o aprendizado em usabilidade, toxicidade, regulação e eficiência dos produtos de prata em materiais foram enormes.