Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear reúne mais de 100 palestrantes para discutir o futuro da especialidade

Evento foi realizado em Porto de Galinhas e reafirmou o compromisso da SBMN de reforçar a atuação junto à instituições e entes políticos dentro e fora do país

Com mais 100 palestrantes nacionais e internacionais, a 37ª edição do Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear, o CBMN 2023, deixa como compromissos a tentativa de implementar a medicina nuclear como disciplina nas universidades, além de expandir a representatividade da especialidade junto a instituições, entes políticos e entidades internacionais.

O evento, organizado pela Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), aconteceu entre os dias 21 e 23 de setembro, em Porto de Galinhas, Pernambuco, e reuniu não somente médicos nucleares, mas toda a comunidade médica e profissionais de áreas correlatas, como biomedicina, farmácia, química, física, além de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, tecnólogos, técnicos e especialistas que tenham interesse na aplicabilidade de radioisótopos na medicina.

O presidente do 37º CBMN, Dr. Paulo Almeida, ressalta a qualidade e a diversidade de participantes e assuntos presentes no congresso. “Conseguimos 10 palestrantes internacionais, em torno de 116 palestrantes nacionais, um número elevado de trabalhos científicos, e uma programação social que integrou a todos”. Já o presidente da SBMN, Dr. Rafael Lopes, afirma que o CBMN serve para reforçar o trabalho do médico nuclear, seu papel na expansão da especialidade e no cuidado com os pacientes: “O que fica deste CBMN é a consolidação do ideal da nossa entidade, que é a casa do médico nuclear e, por conseguinte, da medicina nuclear brasileira e dos profissionais que com ela se relacionam. A SBMN sai fortalecida, unida e mais imbuída a exercer o seu papel político atuante e representativo junto às demais entidades e instituições parceiras, com a devida autonomia”.

Primeiro dia do CBMN

Na quinta-feira (21/9), primeiro dia do evento, a solenidade de abertura contou com a presença de autoridades locais, nacionais e internacionais como o próprio presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), Dr. Rafael Lopes; o presidente do 37º CBMN, Dr. Paulo Almeida Filho; o Dr. Mouaz Al-Mallah, presidente da ASNC (Sociedade Americana de Cardiologia Nuclear, sigla em inglês); Dr Michel Koole, Diretor Científico da EANM – (Associação Europeia de Medicina Nuclear, sigla em inglês).; D. Carlos Alberto de Oliveira Lira, Diretor do Centro Regional de Ciência Nuclear do Nordeste – CRCN-NE, representando o Presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN); e o Dr. Paulo Rosado, como Diretor Científico do 37º CBMN.

Ainda durante a solenidade de abertura, foi realizada uma homenagem à Dra. Cristiana Almeida, nomeada presidente de honra do 37º CBMN, inaugurando uma tradição que deve se repetir para os próximos congressos. Além das merecidas homenagens realizadas na cerimônia de abertura, outro destaque do primeiro dia foi a mesa que discutiu os desafios e o futuro da medicina nuclear no Brasil e no mundo. “A mesa que reuniu diferentes entidades, instituições nacionais e internacionais, como a Associação Europeia de Medicina Nuclear, a Associação Americana de Cardiologia Nuclear, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), a Associação Nacional de Empresas de Medicina Nuclear (ANAEMN) e a Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN), que compartilharam conosco as suas visões dos desafios do presente e do futuro da medicina nuclear. Foi um tema diferente, atual, e que teve a sala cheia”, aponta Dr. Rafael Lopes.

Segundo dia e terceiro dia

Na sexta-feira (22/9), uma segunda rodada de discussões sobre os desafios e o futuro da Medicina Nuclear aconteceu com a presença de outras entidades como a Associação Latino Americana de Biologia e Medicina Nuclear (ALASBIMN) e do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN). Ainda durante o segundo dia, foi realizada a Assembleia Geral Ordinária (AGO), na qual a SBMN pode discutir assuntos importantes do cotidiano de uma sociedade médica. “Aproveitamos a AGO para discutirmos assuntos e desafios do cotidiano do médico nuclear, de sua formação e da realização de nosso congresso anual, mas que são totalmente relevantes, além da prestação de contas, das realizações ao longo de 2023, apresentação da cidade sede e presidente do próximo congresso, que será realizado em São Paulo, tendo como presidente do evento o Dr. Guilherme Campos. Por fim, a eleição da cidade para 2025, sendo que Belo Horizonte foi eleita para sediar, tendo a Dra. Denise Rodrigues como Presidente.

O presidente da SBMN sintetiza o terceiro dia em um depoimento dado pela Dra. Laura Ravazzi, pela primeira vez no Brasil. “O que ficou do terceiro dia, como legado, é aquilo que disse a Dra. Laura Ravazzi, que afirmou que foi a primeira vez que ela sentiu tanta energia num evento de medicina nuclear, a disposição de ousar e de realmente expandir o uso da medicina nuclear, de modo que se torne mais amplo e mais acurado para os pacientes do presente e do futuro. Eu acho que essa ideia está muito ligada à própria identidade, à missão da entidade e acho que transmite um pouco da paixão que nós, médicos nucleares brasileiros e membros da SBMN, compartilhamos e vivemos isso nesses dias do Congresso”.

Por fim, o Dr. Rafael Lopes elenca o que entende ter ficado como compromissos do CBMN: “Um dos compromissos é comunicar cada vez melhor com os nossos médicos e associados. Paralelamente a isso, continuar o trabalho de tentar estabelecer ou criar a disciplina de medicina nuclear nas graduações das universidades, mesmo com a negativa inicial que recebemos junto ao Conselho Federal de Medicina (CFM). Além disso, expandir a representatividade da SBMN junto a instituições, entes políticos e entidades internacionais, com tratativas de futuros acordos de cooperação já sendo iniciadas neste Congresso”, finaliza o presidente da SBMN.