Psicóloga da orienteme destaca desafios mentais enfrentados por diferentes gerações

Diante das distintas características apresentadas por cada situação no ambiente de trabalho, é imperativo que o setor de Recursos Humanos esteja bem preparado para gerenciar e responder adequadamente

Embora a convivência entre membros das gerações X, Y e Z nas empresas seja algo corriqueiro e natural, cada um desses públicos possui características muito peculiares, têm comportamentos diferentes e enfrenta desafios mentais totalmente distintos. Por exemplo, as redes sociais e a tecnologia têm impacto significativo na saúde mental de todas elas, mas a geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) podem enfrentar desafios únicos em relação a essas questões devido ao seu uso mais intensivo e à sua exposição precoce às plataformas digitais.

É o que afirma Renata Tavolaro, head de Psicologia da orienteme, plataforma de gestão de saúde corporativa. Segundo ela, este excesso no uso de redes sociais observado pode impactar a geração Z quanto à pressão para comparação social, cyberbullying, dificuldade em se desconectar, vício em tecnologia, imediatismo e isolamento social.

“A geração Z cresceu em um ambiente de rápido avanço tecnológico, o que pode ter contribuído para uma maior intolerância ao estresse em comparação com gerações anteriores”, acredita a especialista.

Além disso, embora as gerações anteriores tenham contribuído para avanços na aceitação da diversidade, a geração Z está mais focada na promoção da diversidade e inclusão em um nível cultural e institucional. “Esta geração mostra grande preocupação com questões ambientais, sociais e políticas. Muitos jovens da geração Z estão envolvidos em ativismo social e político, lutando por causas que consideram importantes, como direitos humanos, igualdade de gênero, justiça racial e meio ambiente”, destaca Renata. Ela salienta que eventos políticos e sociais significativos, como eleições, protestos ou crises políticas, podem afetar o bem-estar emocional da geração Z.

A psicóloga complementa que a geração Z lida com a pressão das redes sociais e as comparações constantes com os outros de maneiras específicas devido ao seu contexto de nativos digitais. “Embora as redes sociais também afetem outras gerações, a intensidade e a precocidade da exposição da geração Z a esses desafios podem diferir significativamente. É fundamental para a geração Z desenvolver estratégias de enfrentamento saudáveis e buscar complementa quando necessário para preservar sua saúde mental em um mundo digital”, finaliza ela.

Entretanto, para ela, essa geração cresceu em um período em que a conscientização sobre saúde mental estava aumentando, logo, tendem a ser mais abertos a discuti-los e buscar ajuda profissional quando necessário, em comparação com gerações anteriores. Isso marca uma mudança significativa na atitude em relação à saúde mental.

Nesse cenário, para que os profissionais de RH consigam se comunicar com essa faixa, é imprescindível promover ações de promoção de bem-estar, valorização da diversidade, conscientização sobre temas ligados ao ESG e outros temas de cunho social.

Mais do que as outras, essa geração procura ambientes que mostrem a valorização à qualidade de vida. Para o RH engajar esse público, o foco em pilares voltados ao desenvolvimento profissional e pessoal, em diversas frentes, é essencial.

Já a geração Y, anterior à Z, viveu a transição para a era digital e o advento das redes sociais, mas cresceu em uma época em que a comunicação face a face era mais comum. Alguns desses indivíduos podem se sentir isolados socialmente devido ao uso excessivo de tecnologia e à falta de conexões interpessoais significativas.

Além disso, muitos membros da geração Y (nascidos entre 1982 e 1994) estão no auge de suas carreiras e podem enfrentar desafios na criação de filhos, cuidando de pais idosos e lidando com pressões familiares complexas. Por esses motivos, Renata reforça que essas responsabilidades adicionais podem afetar sua saúde mental. “Eles sentem mais a falta de suporte porque muitas vezes não têm o mesmo nível de apoio social para cuidar de sua saúde mental em comparação com as gerações mais jovens. É importante enfatizar que a geração Y não está sozinha em enfrentar desafios de saúde mental. Todas as gerações podem enfrentar problemas semelhantes”, diz a psicóloga.

Nesse sentido, a recomendação para o setor de RH é a valorização desses colaboradores a partir de benefícios que forneçam assistência. Alguns pontos como flexibilidade no trabalho, assistência para aqueles que precisam colocar os filhos na creche, programas de acolhimento de saúde mental e outras opções são ideias a serem aplicadas.

Ela destaca que a geração X (nascidos entre 1965 e 1981) frequentemente valoriza a independência e a capacidade de se autogerenciar, o que pode levá-los a abordar questões de saúde mental através de métodos de autoajuda, como a leitura de livros de autoajuda, meditação ou exercícios. Eles podem ser mais propensos a tentar resolver seus problemas por conta própria antes de procurar ajuda externa. “Esta geração cresceu em um período de mudanças sociais e econômicas significativas. Isso pode contribuir para que lidem com adversidades de maneira mais resiliente”.

Ações que podem ser estratégicas para o RH relacionadas a esse público são aquelas relacionadas à aquisição de novas habilidades e ideias.

Treinamentos para o desenvolvimento de inteligência emocional, liderança assertiva, valorização da saúde mental e da diversidade podem ser opções para expandir a visão dessa faixa etária.

Por fim, contar com parceiros eficientes pode ajudar a proporcionar atitudes eficientes para todas essas frentes. Em relação a isso, Renata destaca algumas atitudes promovidas pela orienteme que fazem a diferença nas empresas.