No dia 14 de novembro é celebrado o Dia Mundial do Diabetes, data de conscientização sobre prevenção, diagnóstico, tratamento, e reflexos da doença na qualidade de vida e riscos de mortalidade. No Brasil, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), existem cerca de 14,3 milhões de pessoas com diabetes, índice que representa 7,7% da população. E as projeções não são otimistas: até 2040, em torno de 23,3 milhões de pessoas devem desenvolver a doença.
Endocrinologista do Vera Cruz Hospital, Marcelo Miranda destaca que as doenças crônicas estão se tornando cada vez mais comuns na vida das pessoas, especialmente em função dos hábitos pouco saudáveis. “A má alimentação, o sedentarismo, tabagismo e estresse contribuem para o desenvolvimento de doenças como o diabetes e suas complicações. A boa notícia é que 50% dos casos podem ser evitados a partir de escolhas certas e mudanças em hábitos nocivos”, destaca.
Segundo o médico, o diabetes é uma doença crônica na qual o corpo não produz insulina (hormônio produzido pelo pâncreas responsável pela manutenção do metabolismo da glicose) ou não consegue emprega-la adequadamente ao organismo. A sua falta gera déficit na metabolização da glicose, ocasionando a patologia, caracterizada por altas taxas de açúcar no sangue (hiperglicemia) de forma permanente.
Tipos:
– Tipo 1: causado pela destruição das células produtoras de insulina, em decorrência de defeito do sistema imunológico em que os anticorpos atacam as células que produzem-na. Ocorre em cerca de 5 a 10% dos diabéticos.
– Tipo 2: resulta da resistência à insulina e de deficiência na sua secreção. Ocorre em cerca de 90% dos diabéticos.
– Diabetes Gestacional: é a diminuição da tolerância à glicose, diagnosticada pela primeira vez na gestação, podendo ou não persistir após o parto. Sua causa exata ainda não é conhecida.
– Outros tipos: são decorrentes de defeitos genéticos associados com outras doenças ou com o uso de medicamentos. Podem ser defeitos genéticos da função da célula beta ou na ação da insulina, de doenças do pâncreas (pancreatite, neoplasia, hemocromatose, fibrose cística etc.) ou induzidos por drogas ou produtos químicos (diuréticos, corticoides, betabloqueadores, contraceptivos etc.).
Principais sintomas do diabetes tipo 1:
– Vontade de urinar diversas vezes;
– Fome frequente;
– Sede constante;
– Perda de peso;
– Fadiga;
– Nervosismo;
– Mudanças de humor;
– Náusea e vômito.
Principais sintomas do diabetes tipo 2:
– Infecções frequentes;
– Alteração visual (visão embaçada);
– Dificuldade na cicatrização de feridas;
– Formigamento nos pés;
– Furúnculos.
Tratamento e prevenção:
Uma dieta saudável, atividade física e evitar o uso de tabaco podem prevenir ou retardar o diabetes tipo 2. Além disso, a doença pode ser tratada e suas consequências evitadas ou retardadas com medicamentos, exames regulares e tratamento de complicações.
*Dr. Marcelo Miranda (CRM-SP 105722/ RQE 43170), médico endocrinologista do Vera Cruz Hospital