A Associação de Hospitais do Estado de São Paulo (AHOSP) realizou, no último mês de dezembro, o “Café AHOSP – Saúde Suplementar”, encontro que reuniu gestores hospitalares, operadoras de saúde e profissionais do setor para um debate aprofundado sobre os impactos da Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) nº 2.448/2025 e os desafios que a nova norma impõe à prática da auditoria médica.
O evento foi realizado no São Cristóvão Saúde – Instituto de Ensino e Pesquisa “Maria Patrocínia Pereira Ventura” (IEP), na capital paulistana, e inaugurou um espaço estratégico de diálogo, atualização e troca de experiências em um momento decisivo para a saúde suplementar no Brasil. A abertura do encontro foi conduzida pelo presidente da AHOSP, Anis Ghattás Mitri Filho, que destacou os avanços institucionais da entidade e o fortalecimento de sua atuação na representatividade dos mais de 200 associados no estado.
Durante sua fala, o presidente ressaltou a importância de ampliar o diálogo entre os diferentes atores do setor e reforçou o papel da Federação Brasileira de Hospitais (FBH) como entidade de representatividade nacional, fundamental para a construção de pautas estratégicas e para o enfrentamento dos desafios regulatórios que impactam diretamente a gestão hospitalar e a relação com as operadoras de saúde.
“É fundamental ampliarmos o diálogo entre os diferentes atores do setor e reforçarmos o papel da FBH. A representatividade nacional é chave para o enfrentamento dos desafios regulatórios que impactam diretamente a gestão hospitalar”, disse Mitri Filho.
Auditoria médica
A pauta central do encontro foi o debate técnico, jurídico e assistencial sobre a Resolução CFM nº 2.448/2025. Publicada em novembro de 2025, a norma revoga a anterior (de 2001) e estabelece regras mais rígidas para proteger a autonomia do médico assistente e, principalmente, a segurança do paciente contra interferências puramente financeiras das operadoras. Também foram debatidos seus reflexos na rotina das operadoras, dos hospitais e dos profissionais envolvidos nos processos de auditoria.
Participaram do debate Edson Soares, vice-presidente da AHOSP; Cristiano Plates, advogado especializado em Saúde Suplementar, Direito Médico e Hospitalar; Silvia Jaldin, médica fundadora da Sociedade Brasileira de Auditoria Médica (SBAM) e delegada superintendente da Regional Metropolitana Norte do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP); e Ney Carter Júnior, médico clínico e médico auditor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSC/SP).
Ao longo do painel, foram discutidos os impactos práticos da nova resolução, os limites e as responsabilidades da auditoria médica, a segurança jurídica para médicos e instituições, além dos reflexos diretos na sustentabilidade da saúde suplementar.