Medida viabiliza o desenvolvimento e o registro de produtos a partir de
células e genes humanos

No fim de fevereiro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro sanitário de produtos de terapias avançadas. Dessa forma, o Brasil passa a ter definidas as bases regulatórias necessárias para desenvolver e registrar produtos de alta tecnologia baseados em células e genes humanos, trazendo grandes benefícios a pacientes que possuem patologias raras e sem alternativas médicas disponíveis.

A nova regulamentação permitirá tratamentos com terapia celular e terapia com células-tronco no país.  “Em países da Europa e nos Estados Unidos, já existem diversos produtos de terapia avançada sendo produzidos e comercializados, o que beneficia milhares de pessoas. Agora, com a regulamentação no Brasil, poderemos usar estas terapias para tratar doenças como o câncer, e também as utilizar como uma espécie de ‘transporte’ para uma modificação”, explica Claudia Marques, gerente de Qualidade da clínica Criogênesis.

Com essa mudança, a profissional reforça a importância da coleta e do armazenamento das células-tronco. “O uso das células-tronco do sangue do cordão umbilical foi uma das grandes descobertas da medicina. Atualmente, as células-tronco presentes no tecido do cordão umbilical também têm demonstrado potencial terapêutico. No caso do sangue do cordão umbilical, as células são conhecidas também como células-tronco hematopoéticas, podendo ser utilizadas no tratamento de diversas doenças de origem sanguínea e imunológica. No caso do tecido, as células-tronco presentes são do tipo mesenquimais, capazes de diferenciar-se em células de outros tecidos, como o ósseo, o muscular e o cartilaginoso, impulsionando a recuperação de lesões e de tecidos danificados, permitindo a renovação e o restabelecimento da função do tecido.”

A coleta dos materiais deve acontecer no momento do parto, sendo armazenados em seguida. “No caso do sangue, o material é drenado para uma bolsa contendo anticoagulante e transportado ao laboratório, onde as células-tronco serão concentradas através de protocolos laboratoriais, criopreservação com crioprotetores e, finalmente, armazenadas em nitrogênio líquido-vapor (ultrabaixa temperatura). Já o tecido, deve ser acondicionado em um frasco estéril com meio de cultura e encaminhado ao laboratório. Lá chegando, o ‘cordão’ pode ter as células mesenquimais isoladas e expandidas, sendo, então, congeladas, deixando-as prontas para o uso futuro”, finaliza Claudia.

Criogênesis

A Criogênesis é uma clínica de referência em serviços de coleta e criopreservação de células-tronco, medicina reprodutiva, gel de plaquetas e aférese, incluindo a diferenciada técnica de fotoferese extracorpórea. Sua missão é estimular o desenvolvimento da biotecnologia por meio de pesquisas, assegurando uma reserva celular para tratamento genético futuro.