Pesquisas revelam que brasileiros têm forte hábito de se medicar por conta própria
Apesar de trazer muitos riscos à saúde, a automedicação é um hábito extremamente popular no Brasil. Uma pesquisa feita pelo Instituto Datafolha, contratada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), constatou que 77% dos brasileiros fizeram uso de medicamentos por conta própria nos seis meses anteriores à publicação do estudo.
Além disso, 47% dos entrevistados revelaram se automedicar pelo menos uma vez por mês, enquanto um quarto (25%) faz isso todos os dias ou no mínimo uma vez por semana. Esse resultado se torna ainda mais assustador quando descobrimos que 18% das mortes por envenenamento no Brasil podem ser atribuídas à automedicação, de acordo com a Anvisa.
A Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma) também diz que o Brasil registra aproximadamente 20 mil mortes anualmente relacionadas ao uso de fármacos por conta própria.
Mas, afinal, quais são os perigos da automedicação? Confira uma lista com seis problemas que podem acontecer ao tomarmos remédios sem prescrição médica:
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Intoxicação
Quando um profissional de saúde nos orienta a usar algum medicamento, ele leva em consideração as características de cada paciente (idade, altura, peso) para prescrever a concentração específica do princípio ativo da substância. Ao se automedicar, nada disso entra na conta. Por isso, o remédio pode acabar intoxicando o organismo se ingerido acima da quantidade adequada.
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Resistência medicamentosa
Essa é com certeza uma das grandes preocupações dentro do tema automedicação, principalmente quando se fala em antibióticos. O uso indiscriminado desses remédios faz com que agentes infecciosos se acostumem com ele e se tornem resistentes. Dessa forma, a automedicação contribui para que a eficácia do tratamento em infecções futuras seja prejudicada.
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Reação alérgica
O uso e a combinação de princípios ativos sem orientação médica pode levar o corpo a sofrer com reações alérgicas inesperadas, desde leves até mais graves.
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Dependência
Quando utilizados por um tempo prolongado, certos medicamentos acabam viciando por fazerem o paciente se sentir bem só quando os consome. Por isso é tão perigoso ingeri-los sem acompanhamento de um especialista, especialmente para órgãos como fígado e rins.
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Atraso no diagnóstico
Uma outra consequência indiretamente ligada à automedicação é o fato de alguns remédios “mascararem” a verdadeira doença que está afetando alguém. Isso acontece quando se usa indiscriminadamente remédios para dor sem investigar o que realmente está causando aquele problema.
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Agravamento do quadro
Por fim, há também o risco de a condição de saúde se agravar devido à automedicação. Às vezes, uma pessoa prefere tomar remédios para aliviar um sintoma, como uma dor de cabeça constante, ao invés de procurar um médico para descobrir a fonte dessa sensação. Acontece que essa dor pode ser o sinal de uma situação mais complexa. Por não ser tratada corretamente logo no começo, acaba se agravando.
Quais são as causas da automedicação?
Mas por que diante de tantos perigos as pessoas ainda se automedicam? Existem vários fatores por trás desse cenário: a facilidade para comprar remédios, a variedade de produtos da indústria farmacêutica, a rede de informações falsas na internet…
Por isso, antes de comprar ou utilizar um medicamento, é muito importante pedir orientação não apenas ao médico, mas também a um profissional formado na faculdade de farmácia. Esses especialistas são os mais capacitados para nos ajudar a consumir medicamentos de forma correta.
Imagem: Divulgação