Biotecnologia utilizada em alimentos e vacinas está presente em nossas vidas e garante avanços para humanidade

O ILSI Brasil (International Life Sciences Institute do Brasil) promoveu no final do mês de outubro, o “Webinar Biotecnologia em nossas vidas: alimentos e vacinas”, evento que tratou sobre os impactos positivos que a Biotecnologia exerce na sociedade. Seja nos processos de imunização, por meio das vacinas, ou até mesmo com os alimentos que são ofertados e ficam à disposição para consumo em nosso dia a dia. Com a moderação da Dra. Maria Sueli S. Felipe, o evento contou com a participação de profissionais que são referências na área e especialistas no tema: Luciana Leite, do Instituto Butantan, Alda Lerayer, da HeLe Consulting e Natalia Pasternak, do Instituto Questão de Ciência.

Entre outras definições, a Biotecnologia é a área das ciências biológicas que desenvolve tecnologias por meio de organismos vivos em diversos níveis, permitindo criar ou modificar produtos. A utilização da Biotecnologia moderna garante ao Brasil grandes pilares para o desenvolvimento do país, e traz questões importantes em diferentes áreas.

Segundo a Dra. Luciana Leite, do Instituto Butantan, a segurança das vacinas é algo muito discutido ao longo dos anos. São diversas fases e estudos até que o imunizante chegue aos humanos. “O BCG, por exemplo, é uma vacina centenária, que ao longo desses 100 anos conquistou muitos avanços nas questões de regulamentação e na percepção de segurança. É uma das vacinas mais seguras e com o menor índice de efeitos colaterais. Ao longo do tempo é possível perceber que a segurança foi construída e aprimorada, pois sempre foi algo que fez parte do desenvolvimento de vacinas. Mais de 3 bilhões de indivíduos já receberam essa vacina”.

Sobre a rapidez na criação da vacina contra a Covid-19, Dra. Luciana Leite explicou: “Já existia uma experiência prévia com vírus anteriores semelhantes (Sars 2003 e Mers). Esses vírus com potenciais pandêmicos eram conhecidos e já existiam estudos. Também estavam em testes vacinas parecidas. Foi a junção desta experiência associada a segurança de um antígeno parecido que permitiu avançar de forma mais rápida neste momento pandêmico. Além de uma enorme colaboração entre instituições e recursos focados”.

Outro ponto tratado no Webinar foi sobre os alimentos geneticamente modificados e as plantas. Passando por segurança ambiental, humana e animal e sobre as vantagens para os agricultores com a utilização da Biotecnologia, a Dra. Alda Lerayer comentou sobre a edição de genomas. “Com os conhecimentos e técnicas adquiridas ao longo dos anos houve uma grande evolução, permitindo alterar as sequências de DNA e modificar a função genética”.

De acordo com Natalia Pasternak, pesquisadora e representante do Instituto Questão de Ciência, a aceitação dos alimentos geneticamente modificados e a percepção do risco está ligada à qualidade da informação que o público em geral tem acesso. “A diferença entre perigo, risco e exposição está na dose. O tamanho da dose que faz o veneno. É necessário entender como as pessoas enxergam o uso da biotecnologia em alimentação e tecnologia e explicar sobre sua importância para a sociedade” finalizou Pasternak.

A Biotecnologia está presente em nossas vidas e seus avanços seguem impactando positivamente seja na área da saúde ou de alimentos. Desde quando surgiu, as pesquisa na área evoluíram, a utilização da tecnologia e seu avanço auxiliou no desenvolvimento de medicamentos, impactou na agricultura, na indústria alimentícia e possibilitou o desenvolvimento de alimentos mais nutritivos, na redução de doenças contagiosas, na utilização de produtos menos nocivos ao meio ambiente, entre outros benefícios que seguem aumentando ao longo dos anos.

Por fim, vale ressaltar que a utilização da Biotecnologia segue evoluindo com o passar dos anos por conta dos novos estudos que ocorrem. É importante investimentos do poder público e privado para que cada vez mais a utilização desses conhecimentos, aliado com a tecnologia, agregue de forma positiva na vida da população.