Imunoterapia é esperança para o tratamento de pacientes que sofrem com o tipo mais comum de câncer de fígado

Um dos tumores mais letais e silenciosos, o hepatocarcinoma é um câncer que atinge o fígado e a sua alta taxa de mortalidade está ligada ao diagnóstico tardio. Também conhecido como carcinoma hepatocelular (CHC),  é o quinto tipo de câncer mais comum em homens e o sétimo em mulheres, diagnosticado todos os anos em mais de meio milhão de pessoas por todo o mundo.[i]

Segundo dados divulgados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a incidência do câncer primário de fígado foi de 2,07/ 100.000 habitantes. Ainda que a grande maioria dos casos (85%) afete principalmente países em desenvolvimento, sobretudo onde a infeção pelo vírus de hepatite B (HVB) é endêmica, a incidência em países desenvolvidos aumenta a cada dia.[ii]

Dentre os tumores de fígado, o hepatocarcinoma ou CHC é considerado o mais comum, representando mais de 80% dos casos de tumores primários do fígado.[iii]

A cirosse hepática está presente em 80% dos casos de CHC. Trata-se de uma doença grave associada ao alcoolismo ou a doenças hepáticas crônicas. A infecção pelos vírus da hepatite B ou C é um dos gatilhos para a cirrose, que também pode ser motivada por questões comportamentais e fatores ambientais. A ocorrência de doença hepática gordurosa não-alcóolica, que está associada a alterações metabólicas como diabetes e obesidade, tem se tornando uma causa crescente de doença hepática crônicas e CHC.[iv]

“Pacientes com cirrose hepática correm o risco de desenvolver hepatocarcinoma. Trata-se de um tumor extremamente agressivo e, quanto mais cedo for diagnosticado, maiores são as chances de sucesso no tratamento”, afirma Leonardo Fonseca, oncologista do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo e da Oncologia D´Or.

A importância do diagnóstico precoce

Alguns pacientes podem apresentar dores abdominais, mas os sintomas costumam ser silenciosos. Sinais como perda de peso inexplicada, falta de apetite e mal-estar podem ser um alerta para iniciar uma investigação com acompanhamento médico. A tonalidade amarelada na pele, característica de um quadro ictérico, também pode ser um indicativo.[v]

Na maioria dos casos, os sintomas só aparecem no estágio avançado. O laudo positivo para câncer de fígado é emitido a partir de exames clínicos, laboratoriais ou de imagem. Caso haja a suspeita, durante a consulta o médico fará perguntas sobre o histórico clínico do paciente e de seus familiares próximos.[vi]

Tratamento

A escolha do tratamento é realizada em conjunto entre médico e paciente. A remoção cirúrgica (ressecção) do câncer é o tratamento mais indicado quando o tumor está restrito a uma parte do fígado. O transplante hepático é uma opção em alguns casos selecionados. Quando a doença encontra-se em estádio avançado, as opções de tratamento baseiam-se no uso de medicamentos, muitos dos quais foram incorporados recentemente na prática clínica.[vii]

Entre os estudos de maior relevância em hepatocarcinoma recém-publicados, a imunoterapia se destaca como alternativa ao tratamento para pacientes que não elegíveis aos tratamentos convencionais[viii].