Um levantamento inédito revela um cenário preocupante na saúde suplementar brasileira: um vazio assistencial de 68% na disponibilidade de leitos de transição de cuidados para pacientes com planos de saúde.
Os dados exclusivos, levantados pela equipe da YUNA, hospital especializado no segmento, comprovam a disparidade entre a crescente demanda por cuidados pós-agudos de qualidade e a oferta limitada de serviços especializados, impactando diretamente a recuperação dos pacientes e a sustentabilidade do sistema.
Em janeiro de 2025, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) registrou 52,2 milhões de beneficiários de planos médico-hospitalares, um aumento de 2% em 12 meses. Paralelamente, o envelhecimento populacional e a prevalência de condições crônicas elevam a necessidade por cuidados de transição eficientes – a ponte fundamental entre a alta hospitalar e a recuperação plena.
A 103ª edição da NAB (Nota de Acompanhamento de Beneficiários) revelou que, em janeiro de 2025, o estado de São Paulo registrou 18,3 milhões de vínculos, representando mais de um terço (35,8%) do total de beneficiários do país. Segundo estimativas da última projeção populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população residente no estado de São Paulo em 2025 é de cerca de 46,1 milhões de habitantes. Dessa forma, a taxa de cobertura atingiu 39,8% em janeiro de 2025, isso significa que aproximadamente dois em cada cinco paulistas possuíam um plano de saúde. Nesse período, esse resultado de São Paulo superou a taxa de cobertura nacional (de 24,6%) em 15,2 pontos percentuais.
Já os estados de Rio de Janeiro e Minas Gerais possuem percentuais semelhantes, em torno de 10,83% e 10,95%, respectivamente. Em seguida aparece o Paraná com 5,94% do total de beneficiários.
Esses números destacam a concentração de planos de saúde nas regiões mais populosas e economicamente desenvolvidas do país, Sul e Sudeste. A correlação entre o número de pessoas com planos de saúde e a disponibilidade de hospitais de Transição de Cuidados no Brasil é um tema de crescente relevância, especialmente diante da violência urbana e das condições crônicas.
“Com o aumento do número de beneficiários de planos de saúde (cerca de 2%), há uma crescente demanda por serviços de saúde de alta qualidade, incluindo cuidados de transição. Além disso, o envelhecimento da população brasileira contribui também para agravar esse cenário, uma vez que esse público geralmente exige cuidados prolongados. O desafio dessa equação é preparar os planos de saúde e os hospitais de transição de cuidados para atender a essa crescente demanda”, esclarece Peer Buergin, CEO da YUNA.