Bronquiolite pressiona hospitais e internações chegam a mais de 4 dias, aponta levantamento

A bronquiolite, infecção respiratória comum e altamente contagiosa em bebês e crianças pequenas, tem impactado de forma expressiva os serviços de saúde em diferentes regiões do país. Um levantamento realizado pela Planisa (empresa líder em soluções para gestão de custos na saúde na América Latina), em 19 hospitais localizados nos estados de São Paulo (SP), Espírito Santo (ES), Goiás (GO), Mato Grosso do Sul (MS) e Rio Grande do Sul (RS), revelou números que chamam atenção pela variação no tempo de permanência dos pacientes atendidos com diagnóstico de bronquiolite, uma das maiores preocupações nos serviços de emergência pediátrica nesta época do ano.

 

Entre os pacientes internados com bronquiolite, o tempo médio de permanência no hospital foi de 3,3 dias, mas essa média esconde uma variação significativa. Enquanto metade dos pacientes ficou internada por até dois dias e meio, o restante precisou de mais tempo, chegando a ultrapassar quatro dias e meio em alguns casos.

 

“Essa imprevisibilidade tem impacto direto nos custos operacionais dos hospitais e na ocupação dos serviços de emergência, que precisam manter flexibilidade para lidar com picos de demanda, como tem sido visto em diversas localidades, em razão do período em que os vírus respiratórios circulam com mais intensidade, fala o diretor de Serviços da Planisa e especialista em custos hospitalares, Marcelo Carnielo.

 

Pneumonia

Esse cenário de impacto na assistência se soma a outro problema que sobrecarrega o sistema de saúde: as internações por pneumonia, que também disparam nos meses mais frios e afetam todas as faixas etárias. De acordo com levantamento da Planisa, com base em dados do DATASUS e KPIH (Key Performance Indicators for Health, plataforma de apuração e Gestão Estratégica de Custos), somente nos meses de janeiro e fevereiro de 2025, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 81.249 internações por pneumonia ou influenza, com 10.106 óbitos.

 

Os custos envolvidos também são significativos. A análise de 6.399 internações ocorridas em 2024 apontou um custo mediano de R$ 4.697 por internação, valor utilizado como base para estimativas. Com isso, as internações em 2025 geraram um impacto financeiro de aproximadamente R$ 381 milhões para o sistema público de saúde apenas no primeiro bimestre do ano.

 

“Esses números reforçam a necessidade de estratégias preventivas, monitoramento contínuo e eficiência na gestão dos recursos hospitalares diante das doenças respiratórias que, ano após ano, sobrecarregam o sistema de saúde e impõem riscos relevantes à população”, finaliza Carnielo.

 

Crédito da foto: Divulgação/Freepik

Legenda: Bronquiolite é uma das infecções respiratórias mais comuns em bebês