Médica especialista no diagnóstico de câncer de mama do CDB fala sobre a doença

Em meio à pandemia, a maioria dos brasileiros evitou ir às unidades de saúde por medo da Covid-19. Além deste ponto, houve outro desafio para manter a saúde feminina em dia, o desconforto e medo durante os exames de rotina, como na mamografia, utilizada para detectar precocemente o câncer de mama. Dados do Ibope Inteligência mostram que mais de 62% das mulheres deixaram de fazer exames preventivos em 2020.

No Brasil, excluindo os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama é o mais incidente em mulheres de todas as regiões, com taxas mais altas nas regiões Sul e Sudeste, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA).

O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células da mama, com potencial de se espalhar pelo corpo e invadir outros órgãos. Quando diagnosticada de maneira precoce, a doença tem chance de cura de até 90%, podendo também evitar a quimioterapia e cirurgias mais invasivas.

De acordo com a Dra. Vivian Schivartche, médica radiologista especialista no diagnóstico de câncer de mama do CDB Premium, é indicado iniciar os exames de rotina a partir dos 40 anos ou, mais cedo, quando há histórico familiar ou mutação genética. “Hoje em dia as pacientes têm acesso a tratamentos mais modernos e menos invasivos. Os processos são individualizados e contam com o histórico do paciente. Também existem mamógrafos com compressor curvo, mais confortáveis, para melhorar a experiência das mulheres durante o exame”, fala a médica.

Exames para detectar o câncer de mama

• Ultrassom das mamas: identifica possíveis cistos, nódulos e outras alterações que podem ser tumores. Indicado para mulheres jovens (abaixo de 40 anos), aquelas com nódulos palpáveis e as mulheres que têm parentes com câncer de mama.

• Mamografia: atualmente, existem três tipos de mamografia no Brasil, a convencional, a digital e a 3D. Elas têm o mesmo objetivo, que é a detecção precoce do câncer de mama. Segundo estudo publicado no Journal of the American Medical Association – EUA a mamografia 3D reduz o número de exames adicionais (falsos positivos) em 15% e aumenta a detecção do câncer de mama invasivo em 41%.

“Na mamografia 3D o aparelho gera múltiplas imagens que permitem identificar nódulos com menos de 1 cm. Se houver alguma área suspeita e que não aparecia na mamografia convencional, ou digital, o exame 3D irá mostrar”, comenta a médica.

· Ressonância Magnética: Em mulheres com menos de 30 anos e com histórico familiar também é recomendada a realização da ressonância magnética anual. A ressonância magnética também é utilizada após o diagnóstico de câncer de mama, para programar a cirurgia.

Prevenção

Uma das metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável até 2030 é reduzir em um terço das mortes prematuras por doenças crônicas não transmissíveis, entre elas, o câncer. A Organização das Nações Unidades (ONU) estabelece uma meta de redução de 30% de câncer em todo mundo.

As recomendações básicas para prevenir o câncer de mama são o controle de peso, por meio da alimentação saudável e exercícios físicos, e evitar o consumo de bebidas alcoólicas e o tabagismo. Cerca de 13% dos casos de câncer de mama em 2020 no Brasil (aproximadamente, 8 mil ocorrências) poderiam ser evitados pela redução de fatores de risco relacionados ao estilo de vida, conforme o INCA.

Além destas recomendações, fazer o autoexame da mama é uma forma de verificar alterações na região, como aparecimento de nódulo, áreas endurecidas, mamilo retraído, gânglio na axila ou alguma secreção. E, caso tenha algum desses sintomas, procure um médico especialista.

“Vale ressaltar que, mesmo com a pandemia e os receios de retomar os exames de rotina, é importante manter a saúde em dia, para não ter consequências mais graves no futuro. Tanto os hospitais quanto as clínicas já estão adequados para receber a população de maneira segura, com todos os protocolos de segurança” finaliza a médica.