Câncer de próstata: A nutrição é parte importante no tratamento

O câncer de próstata (CaP) é o segundo tipo mais comum de câncer, e a quinta causa mais prevalente de morte relacionada a doença em homens em todo o mundo. Em 2018, cerca de 1,2 milhões de novos casos foram diagnosticados e quase 360.000 homens morreram em todo o mundo.

Vários fatores ambientais como dieta, obesidade, fumo e sedentarismo, estão supostamente associados ao CaP. O tabagismo é um fator de risco em muitos tipos de câncer e, da mesma forma, no CaP.

● Em uma revisão sistemática e meta-análise de 2108, que investigou as associações entre o tabagismo, a mortalidade geral e CaP específico, e recorrência após um diagnóstico, os resultados indicaram que o tabagismo está associado a um risco significativamente aumentado de mortalidade geral e específica por CaP.

Segundo a nutricionista Adriana Stavro, desde 1980, a prevalência da obesidade dobrou no mundo e é causada por fatores genéticos, neuroendócrinos, psicológicos e ambientais. A superalimentação com uma dieta rica em gorduras e calorias e menos atividade física, resulta em um desequilíbrio energético e adiposidade. Evidências demonstraram que o excesso de tecido adiposo está relacionado no início e progressão da doença.

● Em uma meta-análise de 2014, com total de 11 estudos que incluíram 29.464 indivíduos, demonstrou que um índice de massa corporal elevado se correlacionou positivamente com a detecção do CaP, especialmente a casos em alto grau
● No estudo de 2016 sobre obesidade e CaP, o resultado mostrou que a obesidade estava associada a um risco maior de CaP agressivo (fatalidade e pior prognóstico).

O consumo de carnes processadas como salame, mortadela, salsicha, bacon e cachorro-quente também estão associadas com o CaP.

● No estudo de coorte prospectivo de 2009 sobre compostos relacionados à carne e risco de CaP, os autores examinaram as associações entre o consumo de carne (tipo, método de cozimento, nitrito / nitrato) em 175.343 homens americanos, com idade entre 50-71 anos durante 9 anos. Os autores concluíram que a carne vermelha, carne processada, ferro heme, nitrito / nitrato de carne, carne grelhada, foram associados a riscos elevados de câncer de próstata avançado.

● Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), carne processada é cancerígena para humanos (Grupo 1), e a carne vermelha como provável cancerígena. O consumo de carne vermelha está associado ao câncer colorretal. Também há evidências de ligações com câncer de pâncreas e CaP. Já a carne processada causa câncer colorretal. Uma associação com câncer de estômago também foi observada

Já a atividade física e uma dieta estilo mediterrâneo estão associadas a um risco reduzido de qualquer tipo de câncer, com inclusão ao CaP.

● A dieta mediterrânea (DM) é caracterizada por uma alta ingestão de alimentos de origem vegetal como frutas, vegetais, cereais integrais, leguminosas (feijão, grão de bico, lentilha, ervilha), oleaginosas (nozes, castanhas, amêndoas) e sementes. O azeite é a principal fonte de gorduras. Produtos lácteos magros, peixes e aves são consumidos em quantidades moderadas, e o consumo de ovos é limitado ao máximo de quatro por semana. Já a carne vermelha fica para ocasiões especiais e em pequenas quantidades.

● Em um estudo de 2011 com 2.705 homens, que avaliou atividade física (AF) e sobrevida após diagnóstico de CaP, os indivíduos que se exercitavam três ou mais horas por semana, tinham risco 61% menor de morrer de CaP, em comparação com homens com menos de 1h de AF por semana.

● Outro estudo de 2012 sobre AF após o diagnóstico e risco de progressão do CaP, mostrou que homens que caminharam três ou mais horas por semana em um ritmo acelerado tiveram 57% menos risco de recorrência do CaP, em comparação com homens que caminharam menos de três horas por semana em um ritmo leve.

● Estas descobertas são apoiadas por resultados de uma coorte de 4623 homens suecos com CaP localizado, que mostrou que homens com níveis mais elevados de AF foram associados a taxas reduzidas de mortalidade por CaP. Este estudo fortalece ainda mais os resultados anteriores, indicando efeitos benéficos da AF na sobrevivência entre homens com a doença.

Mais sobre Adriana Stavro:

Adriana Stavro – Nutricionista Funcional e Fitoterapeuta – Especialista em Doenças Crônicas não Transmissíveis – Mestre do Nascimento a Adolescência pelo Centro Universitário São Camilo.

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