Pesquisa da Capesesp também aponta redução do número de tratamentos de quimioterapia e radioterapia

Uma pesquisa da Capesesp (Caixa de Previdência e Assistência dos Servidores da Fundação Nacional de Saúde) realizada com o objetivo de avaliar os impactos do coronavírus nos tratamentos oncológicos apontou que houve uma redução de 35% na realização de exames para rastreio e monitoramento de câncer durante a pandemia. O estudo também mostrou uma queda no tratamento da doença, sendo 28% na realização de radioterapia e de 14% de quimioterapia. As internações desses pacientes também tiveram uma redução de 49%.

Para a Capesesp, os números requerem atenção. “Algumas pessoas, por conta do coronavírus e sem a devida orientação médica, podem ter adiado seus exames e tratamentos, resultando no retardo do diagnóstico e a detecção dos casos apenas numa fase mais tardia da doença. Além disso, a eventual interrupção do tratamento pode agravar a doença. Mesmo após o período crítico da pandemia, verificamos que não ocorreu, ainda, o retorno completo dos tratamentos oncológicos, como observado em outros tipos de atendimentos”, explica o médico e Diretor-Presidente da Capesesp, João Paulo dos Reis Neto.

A pesquisa foi realizada no período de 180 dias, comparando os números antes e depois do primeiro caso de Covid-19 registrado no Brasil. As neoplasias mais frequentes dos pacientes acompanhados no estudo foram próstata (27%), mama (20%), brônquios e pulmões (5%), cólon (3%), outros tipos (45%).

“É fundamental que os pacientes procurem seus médicos oncologistas para discutir os riscos e benefícios da manutenção dos tratamentos oncológicos, além da melhor maneira de fazê-los durante a pandemia. Não é recomendável tomar decisões sem orientação do especialista e que podem aumentar a gravidade da doença. Por isso, na Capesesp, disponibilizamos todas as ferramentas possíveis para que os tratamentos não sejam interrompidos”, afirma Dr. João Paulo.

A Capesesp tem um programa desde 2002 que inclui o tratamento do câncer com quimioterapia oral em casa, quando a cobertura ainda nem era obrigatória. “O trabalho de gerenciamento da saúde realizado pela Capesesp, que acompanha de perto seus beneficiários, e o oferecimento do serviço de telessaúde também foram fundamentais para o acompanhamento e o cuidado dos pacientes neste período”, finaliza o médico.