O cuidado com a saúde óssea favorece a saúde da mulher
Embora não seja exclusividade feminina, a osteoporose é muito mais incidente entre mulheres. Estima-se que 30% das mulheres venham a ter alguma fratura relacionada à fragilidade óssea após os 50 anos, enquanto esse percentual cai para menos da metade em homens da mesma idade1.
Com prevalência de aproximadamente 15 milhões de pessoas no Brasil, a doença está relacionada à perda temporária ou permanente de mobilidade e autonomia, favorecendo quadros de depressão, ansiedade e demência1,2,3. A saúde da mulher está relacionada à saúde óssea. Veja abaixo cinco curiosidades sobre a osteoporose e descubra como prevenir e tratar o problema.
É POSSÍVEL EVITAR A OSTEOPOROSE?
Existem fatores de risco que não podemos mudar, como histórico familiar, idade avançada e sexo. Mas outros fatores podem ser combatidos, reduzindo o risco da doença. São eles: consumo excessivo de bebidas alcoólicas e tabagismo, sedentarismo, baixo consumo de alimentos que contenham cálcio e falta de vitamina D2,4.
OSSOS FRÁGEIS NÃO SE RECUPERAM?
Existem tratamentos capazes de fortalecer os ossos e reduzir a perda de massa óssea, ministrados junto a mudanças nos hábitos de vida contra fatores que potencializam a doença5. O grande desafio atualmente é diagnosticar a doença e começar o tratamento. Mesmo quando ocorre uma fratura em decorrência da fragilidade óssea, causada pela osteoporose, é comum o paciente receber apenas tratamento para a lesão e não ter a saúde óssea investigada. Estima-se que entre 60% e 85% das mulheres com osteoporose não recebam tratamento no primeiro ano após a fratura6.
QUANDO COMEÇA O CUIDADO COM A SAÚDE ÓSSEA?
Começa na infância, quando os hábitos alimentares saudáveis favorecem a formação da massa óssea. É preciso uma ingestão adequada de cálcio, nutriente encontrado não apenas no leite e derivados, mas também em nozes, sementes, alho e vegetais de folhas verde escura. Além disso, a exposição moderada ao sol ajuda na síntese de vitamina D, necessária ao processo de fortalecimento dos ossos7. Por fim, é preciso estar atento aos fatores de risco evitáveis, para reduzir a chance da doença se manifestar em idades mais avançadas.
COMO FAÇO PARA SABER SE TENHO OSTEOPOROSE?
O principal método é a densitometria óssea, exame que mede a densidade mineral óssea da coluna lombar e do fêmur. Quando alterado, o resultado pode indicar osteoporose ou osteopenia, um estágio mais inicial da doença8.
QUALQUER FRATURA ÓSSEA PODE ESTAR RELACIONADA À OSTEOPOROSE?
Existem alguns pontos a serem observados, que aumentam a chance da fratura ter relação com quadros de fragilidade óssea. O primeiro é a idade. A partir dos 50 anos, estima-se 30% das mulheres e 13% dos homens enfrentarão esse problema1. Embora qualquer fratura nessa idade possa estar relacionada à osteoporose, metade dos casos é composto por fraturas em vértebras, no fêmur e no punho (terço distal do rádio)9. Esses são sinais de alerta, que devem ser considerados na avaliação clínica e podem basear uma investigação médica específica para osteoporose. Outro ponto importante é a força do impacto. Por exemplo, quedas da própria altura ou pisadas mais fortes no chão são consideradas ocorrências de baixo impacto e, caso gerem fratura, acendem o sinal de alerta para osteoporose.
Referências:
- Manual Brasileiro da Osteoporose. Conceito de Osteoporose e impacto em saúde pública. Pg. 20. Disponível aqui. Acesso em 09/02/2022.
- Gali, JC. Osteoporose. Acta ortop. bras. 2001; 9 (2): 53-62
- Journal of Alzheimer’s Desease. Osteoporose pode aumentar o risco de demência. Disponível aqui. Acesso em 09/02/2022.
- Sociedade Brasileira de Reumatologia. Osteoporose. Disponível aqui. Acesso em 09/02/2022.
- Li S, He S, Xie P, et al. Recent Progresses in the Treatment of Osteoporosis. Front Pharmacol. 2021 Jul 22;12:717065.
- Broken Bones, Broken Lives: A roadmap to solve the fragility fractures crisis in Europe. Pg. 05. Disponível aqui. Acesso em 09/02/2022.
- Mayo Clinic. Osteoporosis. Disponível aqui. Acesso em 09/03/2022
- Rede D’Or São Luiz. Densitometria Óssea de Coluna e Fêmur. Disponível aqui. Acesso em 09/02/2022.
- Mensor LL, Rosim MP, Marasco G, et al. Avaliação de custos associados a fraturas por fragilidade no Sistema Único de Saúde (SUS) e no Sistema de Saúde Suplementar (SSS) no Brasil. J Bras Econ Saúde 2021;13(3):288-99