Estudo randômico inédito no mundo acompanhou pacientes submetidos ao procedimento; resultados mostram melhora cardiovascular contínua ao longo de cinco anos

A obesidade já se tornou um problema de saúde pública global. Pesquisas mostram que, até 2025, 16% dos homens e 21% das mulheres estarão com excesso de peso. A situação é alarmante porque a obesidade é a principal causa de diversas outras doenças, como a hipertensão arterial. Diante deste cenário, pesquisadores brasileiros realizaram o estudo GATEWAY, publicado pelo Journal of American College of Cardiology, que analisou o impacto do tratamento da obesidade na redução da pressão alta.

Os resultados mostram que a cirurgia bariátrica é mais eficaz no controle das taxas de hipertensão em pessoas com obesidade e pressão alta não controlada, em comparação com medicamentos para pressão arterial isoladamente. “Pessoas que foram submetidas à cirurgia bariátrica apresentaram índice de massa corporal (IMC) mais baixo e tomaram menos medicamentos após cinco anos, mantendo níveis normais de pressão arterial do que aquelas que usaram apenas medicamentos anti-hipertensivos”, explica Dr. Carlos Aurelio Schiavon, cirurgião especializado em cirurgia bariátrica e principal autor do estudo pelo Instituto de Pesquisa do Hcor.

Após cinco anos, o IMC era de 28,01Kg/m2 para aqueles que fizeram cirurgia bariátrica e de 36,40Kg/m2 para aqueles que fizeram apenas terapia médica. Pessoas que fizeram cirurgia bariátrica tiveram uma redução de 80,7% no número de medicamentos que tomavam, em comparação com uma redução de 13,7% naquelas que usavam apenas terapia médica. A remissão da hipertensão, definida como pressão arterial controlada sem medicamentos, foi de 46,9% naqueles que foram submetidos à cirurgia bariátrica, em comparação com 2,4% naqueles que receberam apenas terapia médica.

Participaram da iniciativa 100 pessoas (76% das quais eram mulheres) com índice de massa corporal (IMC) de cerca de 36,9Kg/m2, todos com hipertensão e fazendo uso de, pelo menos, dois medicamentos. Foram excluídas pessoas com eventos cardiovasculares prévios e diabetes tipo 2 mal controlada. Os indivíduos foram designados para Bypass Gástrico em Y-de-Roux com terapia médica ou tratamento clínico com orientações nutricionais e psicológicas e o resultado primário foi a redução de, pelo menos, 30% dos medicamentos anti-hipertensivos, mantendo os níveis de pressão arterial inferiores a 140/90 mmHg, em cinco anos.

De acordo com o VIGITEL 2023, as taxas de obesidade e hipertensão em adultos no Brasil são de 24,3% e 27,9%, respectivamente. “A obesidade é um fator de risco conhecido para doenças cardiovasculares e um dos principais contribuintes para a hipertensão, o que pode tornar uma pessoa mais suscetível a infartos do miocárdio, acidentes vasculares cerebrais e insuficiência cardíaca, entre outros riscos”, ressalta Dr. Schiavon.

Sobre o Hcor

O Hcor atua em mais de 50 especialidades médicas, entre elas Cardiologia, Oncologia, Neurologia e Ortopedia, além de oferecer um centro próprio de Medicina Diagnóstica. Possui Acreditação pela Joint Commission International (JCI) e diversas certificações nacionais e internacionais. Desde 2008, é parceiro do Ministério da Saúde no Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), o que proporciona que seu impacto em saúde esteja presente em todas as regiões do país.

Instituição filantrópica, o Hcor iniciou suas atividades em 1976, tendo como mantenedora a centenária Associação Beneficente Síria, que também conduz projetos gratuitos de saúde para população em situação de vulnerabilidade. Além do escopo médico-assistencial, o hospital conta com um Instituto de Pesquisa, reconhecido internacionalmente, que coordena estudos clínicos multicêntricos com publicações nos mais conceituados periódicos científicos. Conjuntamente, capacita milhares de profissionais anualmente por meio do Hcor Academy com seus cursos de pós-graduação, cursos de atualização e programas de residência e aprimoramento médico.