Cirurgias de hérnia registram queda de 44% durante pandemia

As cirurgias de hérnia abdominal registraram queda de 44% durante os quatro primeiros meses de pandemia do novo Coronavírus no Brasil, de acordo com dados divulgados pelo DataSus.

Entre fevereiro e maio deste ano foram realizados 47,7 mil procedimentos para correção de hérnias em todo o país, via Sistema Único de Saúde (SUS). Nos mesmos meses de 2019 o número de operações foi de 85,3 mil. A redução foi identificada em todas as regiões.

Na maioria dos casos, as cirurgias de hérnia abdominal são consideradas eletivas, a urgência é caracterizada caso seja identificado complicação herniária (estrangulamento). Em casos de urgência/emergências médicas as cirurgias são realizadas.

De acordo com cirurgião presidente da Sociedade Brasileira de Hérnia, Christiano Claus, o estrangulamento é quadro mais grave. “Pode ocorrer tanto uma obstrução do intestino quanto um bloqueio na circulação sanguínea de um órgão (ou parte dele), aprisionado pelo anel herniário podendo levar a necrose do segmento”, explica.

A urgência da operação é avaliada de forma individual durante consulta médica, conforme explica Marcelo Furtado, cirurgião e vice-presidente da SBH. ” Devem procurar o pronto-atendimento pacientes que estiverem com a hérnia mais visível que o normal, dor intensa com piora rápida, abdômen distendido, sentir a hérnia dura e apresentar náuseas e vômitos”.

As orientações quanto a realização de cirurgias eletivas deve considerar orientações do Ministério da Saúde e a realidade local no que se refere a taxa de infecção da população e taxa de ocupação hospitalar.

Sem a operação necessária para a correção da hérnia é possível que ela aumente de tamanho, segundo o cirurgião e diretor da SBH, Gustavo Soares. “Ela pode crescer progressivamente devido ao aumento da pressão abdominal e enfraquecimento progressivo da musculatura. É essencial realizar uma consulta com especialista para avaliação geral do quadro”.

O QUE É UMA HÉRNIA ABDOMINAL – As hérnias da parede abdominal são comuns entre a população e atingem aproximadamente 20% dos brasileiros.

São orifícios ou fraquezas na musculatura da parede abdominal pelo qual os órgãos intraabdominais podem atravessar. O local de passagem do cordão umbilical é um exemplo de região de fragilidade, onde ocorrem as hérnias umbilicais.

Entre os sintomas comuns está o aumento de um volume na região, causando um abaulamento (bola) na forma do abdome, associado a dor ou desconforto local.