Infecção pode ser identificada em sua fase latente, antes de apresentar sintomas, por meio de testes de alta precisão. Tratamento precoce eleva os índices de cura.

Com a chegada do inverno, o tempo seco e a baixa umidade relativa do ar, típicos da estação e responsáveis por aumentar a concentração de poluentes, reduzindo os mecanismos de defesa do organismo, a incidência de casos das doenças respiratórias torna-se mais frequentes, entre elas, a tuberculose. Por se tratar de uma doença infecciosa, altamente contagiosa e transportada pelo ar, a tuberculose é ainda um sério problema de saúde pública mundial, embora seja tratável e apresente altos índices de cura a partir do tratamento precoce.

De acordo com dados do Relatório Global da Tuberculose 2020, a doença infectou mais de 10 milhões de pessoas e levou a óbito mais de 1,2 milhões em todo o mundo, ao longo de 2019. Por isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a busca sistemática de casos em que a tuberculose ainda não manifestou sintomas (infecção latente por tuberculose), quadro que pode persistir por anos, até que o paciente venha apresentar algum sintoma ou por algum motivo faça um teste para detectar a doença.

Diagnóstico e tratamento precoce

Além de reduzir as taxas de disseminação da doença, o tratamento precoce da tuberculose oferece uma qualidade de vida melhor ao paciente, diminuindo seu sofrimento. Para o diagnóstico da tuberculose latente existem, hoje em dia, testes precisos que reduzem a margem de resultados falsos-negativos e proporcionam um tratamento mais assertivo.

Entre os testes de maior precisão para identificar a tuberculose latente, analisados e recomendados pela OMS, cabe citar o teste IGRA (ensaio de liberação de Interferon-gama) QuantiFERON – TB Gold Plus. Desenvolvido pela QIAGEN, multinacional alemã especialista em tecnologia para diagnóstico molecular, o teste é realizado com uma pequena amostra de sangue e requer apenas uma visita ao médico, apresentando resultado rápido e seguro, com a precisão de testes laboratoriais. Recentemente, o QuantiFERON – TB Gold Plus foi incorporado ao rol de procedimentos obrigatórios da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 01/04/2021, e devem ser cobertos pelos planos de saúde, assim como pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de 2022.

Prevenção e cuidados

 Como a porta de entrada do bacilo da tuberculose são as vias aéreas e a transmissão dá-se através da tosse ou fala durante o contato prolongado com uma pessoa doente, as medidas de prevenção adotadas em virtude da COVID-19, como o distanciamento social, o uso de máscaras, higienização das mãos e o não compartilhamento de objetos de uso pessoal, são também maneiras de evitar a contaminação pela tuberculose. Entretanto, diante da suspeita de contato com indivíduos contaminados ou aos sinais dos primeiros sintomas, a busca por ajuda médica pode ser essencial para o sucesso do tratamento. Passada a fase latente, o paciente pode apresentar sintomas como tosse crônica, febre, perda inexplicada de peso e, quando grave, sudorese noturna.