Pneumologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz alerta sobre cuidados e as diferenças entre os sintomas do coronavírus e outras infecções respiratórias comuns à estação mais fria do ano
São Paulo, 19 de junho de 2020 – O Inverno começa oficialmente nesta semana (20/06), e é durante os meses dessa estação que cresce a procura por atendimento em clínicas e hospitais por conta do sintomas causados por doenças típicas da época mais fria do ano, como gripe (causado pelo vírus influenza), resfriados, rinite alérgica, asma, sinusite, bronquiolite, bronquite crônica, DPOC (doença obstrutiva pulmonar crônica) e enfisema pulmonar. Alguns sintomas dessas doenças podem se confundir com os da Covid-19, doença provocada pelo coronavírus, que ainda está circulando pelo país e contaminando a população.
Segundo o Prof. Dr. Elie Fiss, pneumologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, é importante diferenciar os sintomas de cada doença, para a população não se equivocar e evitar o pânico. “No caso do Covid-19 é comum as pessoas apresentarem febre, tosse seca e falta de ar. Enquanto em quadro de gripe, o paciente pode apresentar febre, coriza, tosse mais seca, dores musculares, e no resfriado apresenta um quadro mais brando com coriza e uma febre baixa”, explica. Veja abaixo as diferenças de algumas doenças:
Rinite alérgica: O contato com ácaros comumente presente em roupas de lã e cobertores que ficam guardados durante a maior parte do ano desencadeiam crises de alergias respiratórias. Espirros, tosse seca, coceira no nariz, coriza nasal clara e lacrimejamento dos olhos estão entre os sintomas .
Sinusite: Inflamação dos seios da face provocada por bactérias, vírus ou alergia, que causa dor de cabeça, secreção nasal espessa, tosse, diminuição do olfato e febre.
Gripe: Existem vários tipos e subtipos de vírus causadores da gripe, o Influenza, sendo os mais comuns o A e B. Febre, tosse predominantemente seca, dor de garganta, de cabeça, dores musculares e fadiga estão entre os sintomas. Em casos mais graves, a pessoa também pode ser acometida por falta de ar. Importante lembrar que a vacina protege contra os quatro tipos mais prevalentes da doença.
Resfriado: Existem mais de 200 tipos diferentes, sendo o Rinovírus e Adenovírus, os mais comuns. Entre os principais sintomas estão obstrução nasal e coriza. Em alguns casos pode haver tosse seca, irritação na garganta e febre baixa.
Coronavírus: A maioria dos casos apresentam sintomas mais leves, como febre, tosse seca e coriza. Outras manifestações também podem ser dor de garganta, perda de olfato e paladar, fadiga e dores no corpo e de cabeça, erupção cutânea ou descoloração dos dedos das mãos ou dos pés. Todos esses sintomas podem persistir por cerca de dez dias. O agravamento da doença pode ser detectado pela falta de ar, dificuldade para respirar e piora da febre.
DPOC: A doença pulmonar obstrutiva crônica é a obstrução da passagem do ar pelos pulmões. A causa mais comum é o tabagismo. A DPOC ocorre depois de um quadro de bronquite ou enfisema pulmonar. Os sinais mais frequentes são tosse, pigarro, falta de ar e fadiga, catarro em excesso e até mesmo fraqueza muscular.
Bronquiolite: Infecção dos bronquíolos. Ocorre mais frequentemente em crianças menores de dois anos, que ainda estão desenvolvendo a imunidade. Entre os principais sintomas estão tosse mais forte, chiado no peito e falta de ar.
Por que ocorrem no Inverno?
A combinação das quedas bruscas de temperatura, aumento da poluição atmosférica, baixa umidade do ar e a permanência por mais tempo em ambientes fechados contribui para a proliferação dos vírus respiratórios, aumentando as chances de transmissão.
Prevenção
O Dr. Elie Fiss aponta que com as medidas de prevenção tomadas por conta do coronavírus, é possível que seja evitada uma incidência maior de casos de outras infecções respiratórias. “Higienização frequente das mãos com água e sabão, uso correto de máscara, isolamento de pessoas com sintomas de infecção respiratória, evitar levar as mãos ao rosto, manter ambientes limpos e desinfectados continuam sendo as medidas mais eficazes de proteção de contágio de qualquer vírus respiratório”, comenta o pneumologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. “As medidas devem ser tomadas principalmente com idosos e pessoas com doenças crônicas, que estão em grupos de risco para quadros mais graves de alguns tipos de gripe, por exemplo”, complementa.
A vacinação para a gripe está disponível na rede pública para pessoas com doença pulmonar ou cardiovascular crônicas, insuficiência renal crônica, diabetes, cirrose hepática, hemoglobinopatias e imunodeficiência. Pacientes submetidos a transplantes, profissionais da saúde, idosos, gestantes e crianças de seis meses e quatro anos de idade também podem receber a vacina gratuitamente.
Entre as medidas de precaução, principalmente para quadros alérgicos, estão também beber bastante água, evitar o acúmulo de poeira nos móveis, manter os ambientes bem ventilados, lavar e secar ao sol mantas, cobertores e blusas guardadas por muito tempo.
“O mal-estar, a coriza e as dificuldades em respirar fazem com que as pessoas busquem o alívio imediato, recorrendo à automedicação. Isso é perigoso porque o uso inadequado de remédios pode mascarar e agravar a doença”, afirma o médico. Caso tenha necessidade de procurar ajuda médica, verifique a possibilidade de atendimento on-line que diversos serviços médicos e hospitalares estão oferecendo devido à pandemia de Covid-19, ou procure hospitais já preparados para o atendimento diante do cenário atual, com locais separados de admissão e internação, e até mesmo andares, unidades e edifícios distintos.