por Pedro Barra*
De acordo com os dados do Observatório Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados), a margem EBITDA — lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – dos hospitais associados chegou a uma média de 8,04% em 2020, subindo para 11,72% em 2021, porém mantendo-se ainda abaixo dos índices de 2018 e 2019, que registraram 13,65% e 12,40%, respectivamente.
Os registros, além de demonstrarem os efeitos da pandemia, denotam a dificuldade de retomada de patamares anteriormente alcançados.
Isso acontece, em grande parte, pela complexidade dos relacionamentos entre os entes da cadeia, como as fontes pagadoras, que buscam atingir seus resultados por meio da gestão de sinistralidade e glosas; as equipes assistenciais e os seus reajustes em remuneração; os fornecedores, cujos incrementos em custos são realizados por meio de reajustes; e o paciente, que quer uma boa experiência na instituição que escolheu para seus cuidados.
Em meio a este ambiente e enquanto buscam manter a qualidade assistencial, muitas vezes os hospitais não conseguem dar a devida atenção a detalhes cruciais para a melhoria da performance. Por isso, identificar ineficiências em processos e falhas na gestão de recursos é o primeiro passo, que deve estar aliado à identificação de oportunidades que estejam em linha com o direcionamento estratégico da instituição. Uma vez claros os principais pontos de melhoria, é hora de promover mudanças e acompanhar os resultados.
Nesse sentido, construir uma abordagem para a rápida identificação e implantação de ações, transferindo o conhecimento e as ferramentas para que o hospital possa perenizar os resultados, é a primeira grande vantagem que pode trazer insights valiosos em poucas semanas.
Feito isso, o apoio passa a ser no envolvimento dos agentes da transformação e no aporte de conhecimento. Uma vez tracionada a mudança, o acompanhamento dos resultados chega para avaliar os ganhos atingidos e perenizá-los, pois, o ambiente competitivo e as constantes mudanças exigem rápida adaptação dos hospitais para que eles possam sobreviver.
*Pedro Barra é gerente sênior de performance empresarial da Protiviti, empresa especializada em soluções para gestão de riscos, compliance, auditoria interna, investigação, proteção e privacidade de dados.