Diretor médico da healthtech Laura comenta sobre a relação entre saúde física e emocional e seus impactos na vida de uma pessoa
Palpitação, falta de ar, alterações no sono e no apetite, fadiga e tensão muscular. Em um primeiro momento, quando um indivíduo começa a apresentar esses e outros sintomas, o caminho mais óbvio é quase sempre buscar algum médico especializado na área, como um cardiologista ou um neurologista, por exemplo. Sem dúvidas, é muito importante fazer exames de rotina e checar se está tudo bem com a saúde, mas saiba que, muitas vezes, o problema pode ser outro: mental e emocional. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, mais de 240 milhões de pessoas em todo planeta sofrem de depressão e ansiedade. Segundo o Dr. Hugo Morales, diretor médico e cofundador da Laura , healthtech que utiliza a tecnologia para a coordenação da saúde, o corpo humano funciona de modo interligado e, muitas vezes, a real causa de um sintoma pode estar longe do local daquela queixa.
“É natural pensarmos que cada parte de nosso corpo funciona como uma unidade. Se estou com problemas respiratórios, vou procurar um pneumologista; se estou com aperto no coração, um cardiologista, e por aí vai. Mas os fatos quase nunca estão isolados e muitas coisas estão mais conectadas do que se imagina. Como primeiro passo, é importante que tanto o profissional quanto o próprio paciente identifiquem a real fonte do problema, como o momento atual daquela pessoa. Logo, entender quando foi que esses sintomas começaram a aparecer e todo o histórico do paciente são de suma importância para chegar em um diagnóstico assertivo”, afirma Morales.
Qual a real relação entre o estado emocional de uma pessoa com a sua saúde física?
O cérebro humano funciona como um verdadeiro quartel general, em que todas as informações são armazenadas e diversos processos químicos ocorrem durante a realização de uma atividade. Quando fazemos algo que gostamos, hormônios como a serotonina, por exemplo, são liberados, nos dando a sensação de prazer e felicidade. O que muitos não sabem, porém, é que esse neurotransmissor também é responsável pela regulação do apetite, sono, funções motoras, além de estar presente em nosso trato digestório.
Quando estamos com nosso estado emocional comprometido, existe um desequilíbrio químico em nosso corpo e, portanto, alteração em hormônios importantes. Para além do sentimento de tristeza ou até mesmo de vazio – muito recorrentes em pacientes com depressão -, outras partes também ficam comprometidas, acarretando em sintomas físicos, conhecidos como psicossomáticos, em que nossas emoções possuem um papel fundamental nos processos físicos de nosso corpo.
Mente sã, corpo são?
Como dito antes, o corpo não funciona como partes unitárias, mas sim em conjunto. Sem dúvidas, o estado emocional influencia – e muito – em nossa saúde física, mas o contrário também é verdadeiro. Quando negligenciamos os cuidados com nosso corpo, tendo uma rotina sedentária, má alimentação e hábitos como tabagismo, por exemplo, também há um desequilíbrio orgânico em nosso cérebro, acarretando na baixa ou no excesso de hormônios. Com isso, as chances de desenvolver transtornos mentais também aumentam, influenciando tanto na forma como nos vemos, como na forma como as reações químicas no cérebro ocorrem. Logo, o cuidado deve ser uma via de mão dupla.
Então, o que fazer para cuidar melhor da saúde?
Existem algumas alternativas para mitigar os riscos: ter uma alimentação balanceada, prática de atividades físicas, fazer exames de rotina e consultas com psicólogos ou terapeutas são algumas formas de manter a mente e o corpo em equilíbrio. Caso surja algum sintoma físico, não negligencie e busque ajuda de profissionais. Em tempos de distanciamento social e rotinas cada vez mais corridas, uma alternativa interessante é recorrer às consultas remotas, que ocorrem de maneira mais rápida e segura. Hoje, já é possível contar com diversas tecnologias que auxiliem no cuidado e na prevenção de algumas doenças.
“Aqui na Laura, por exemplo, temos parcerias com algumas operadoras de saúde e disponibilizamos a ferramenta da Laura Care. A tecnologia faz uma pré-anamnese dos sintomas dos pacientes e, com base nos riscos e no que é relatado, entende se é possível fazer o acompanhamento direto ou se deve ser encaminhado algum profissional da área da saúde, como médicos e psicólogos. Esta é uma forma de trazer mais segurança, assertividade e realmente acompanhar todo o histórico de um paciente, auxiliando tanto o indivíduo quanto o profissional a receber e oferecer o melhor cuidado”, finaliza Hugo.