No último um ano e meio, todos as preocupações se voltaram na direção do coronavírus, mas, agora, outros vírus respiratórios passaram a requerer também atenção. Segundo o último boletim Infogripe, divulgado na semana passada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), houve um aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causados pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR) nas crianças de 0 a 9 anos. É preciso que os pais fiquem atentos aos sintomas, como chiado no peito, febre e coriza, porque o vírus é um dos maiores responsáveis pela temida bronquiolite, doença que costuma acometer bebês e crianças de até 2 anos, provocando uma inflamação dentro do pulmão que, se não tratada, pode levar a complicações. Nessa faixa etária, cerca de 10% a 15% dos casos demandam internação hospitalar. Rinovírus e Influenza também têm provocado danos em adolescentes e adultos.

SINAIS DE ALERTA

Segundo o infectologista pediátrico André Ricardo Araújo da Silva, do Grupo Prontobaby, um dos sinais de alerta para casos de bronquiolite é o afundamento da barriga do bebê quando ele respira. A criança, diz ele, pode também apresentar alterações, passando em pouco tempo de sonolenta a irritada, o que pode indicar alguma afetação do sistema nervoso central. Nos dois casos, o recomendado é procurar ajuda médica imediatamente. ” Alguns casos agravam, precisam ir para o CTI, ter suporte respiratório. Isso acontece normalmente com crianças menores de dois anos, mais suscetíveis a pneumonias”, diz.

TRATAMENTO

No caso de infecção, o tratamento mais adequado é nebulizar com remédios prescritos pelo profissional de saúde, como broncodilatadores, manter as vias áreas abertas e, em casos mais graves, oferecer suporte de oxigênio. Normalmente, a bronquiolite apresenta melhora em cerca de 7 dias.

As infecções pelo Vírus Sincicial Respiratório já são as maiores causadoras por SRAG em São Paulo, na faixa etária até os 9 anos, na frente até do coronavírus. No Rio, segundo o infectologista pediátrico André Ricardo, tem circulado também com bastante intensidade o vírus Influenza, causador da gripe. Outros vírus que provocam a SRAG são o Bocavírus e o Rinovírus, que tem atacado adolescentes em vários estados.

CUIDADOS

Para evitar o contágio, diz André Ricardo, é recomendado que se tome os mesmos cuidados que se tem em relação ao coronavírus. Ou seja:

— Evitar ambientes fechados e sem boa circulação de ar.

— Higienizar as mãos com frequência, seja com água e sabão, seja com álcool.

— Isolar a criança que apresente sinais gripais, não mandando para a creche ou escola.

— Se possível, também deve-se evitar o contato a criança com adultos resfriados ou gripados.

O VSR costuma circular mais durante os meses de março e abril, mas, este ano, está tendo um comportamento atípico. O infectologista do Prontobaby atribui a mudança ao isolamento provocado pela pandemia. “As crianças ficaram mais tempo em casa, não expostas a vírus, em geral, e agora, com a volta às aulas presenciais, estão tendo mais contato com vírus diversos.”, diz André Ricardo.