O último levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia revela que quatro em cada dez adultos brasileiros apresentam os níveis de colesterol elevados. Nessa proporção, 18,4 milhões de pessoas correm o risco de desenvolver problemas cardiovasculares como infarto e acidente vascular encefálico (AVE/AVC). Estima-se ainda que 67% da população não conhece seus níveis de colesterol e a maioria das pessoas só faz exames a partir dos 45 anos, o que coloca mais de 60 milhões de brasileiros em risco.

“É necessário conscientizar os pacientes sobre a importância de realizar check-ups periódicos, pelo menos uma vez ao ano. As alterações são silenciosas e podem não apresentar sintoma algum até que já se desenvolva uma doença decorrente” explica Dra. Esthefânia Delgado, cardiologista da Alba Saúde, no Rio de Janeiro.

Com a chegada da Covid19, especialistas observaram um aumento no consumo de industrializados e embutidos, fontes de gordura trans e principal vilão do aumento do colesterol LDL (considerado ruim). O número de infartos triplicou em 2020, comparado com o ano de 2019. Além disso, o IBGE já havia registrado em 2019 um significativo aumento no consumo de comida por delivery, fato que cresceu exponencialmente com o isolamento social. “O problema disso é que recebemos a comida pronta, sem nem ao menos saber como ela foi preparada!” alerta a especialista.

Uma dieta balanceada pode trazer mudanças significativas para o combate. A crescente cultura pela alimentação saudável, feita a partir de ingredientes naturais, faz-se cada vez mais importante nos dias atuais. O melhor caminho para evitar o descontrole do colesterol ruim é incorporar na rotina alimentos que sejam mais saudáveis, ricos em fibras e aumentar o consumo de legumes, verduras e frutas. “Ainda assim, é recomendado observar se o paciente não possui histórico de alguma disfunção metabólica que pode ocasionar variações nas taxas de colesterol” finaliza a endocrinologista do Grupo Iron Juliana Andrade.