Dia da Mulher: Investir em autocuidado, compaixão e conhecimento são essenciais
Prática de atenção plena, o mindfulness explora a relação da pessoa com ela mesma e com os outros, além de trazer benefícios para saúde mental e física
Dia Internacional da Mulher, 8 de março, é uma data a ser celebrada. É verdade que mudanças ainda são necessárias, mas as mulheres já percorreram um longo caminho até aqui. Sempre cuidando de tudo e todos à sua volta, cabe aqui a reflexão: Você cuida de si? É gentil consigo mesma? Celebra suas vitórias e não se cobra demais? Essas (e muitas outras) são questões que o mindfulness traz.
“Se a gente não é paciente e amoroso com a gente, não conseguimos ser assim com os outros”, aponta Luiza Bittencourt, instrutora sênior de mindfulness pelo MTI (Mindfulness Trainings International). De acordo com ela, alegria de viver, gratidão e saber lidar melhor com as emoções são alguns dos vários benefícios que a técnica traz para o dia a dia. Isso influencia não só a sua relação consigo mesma, mas também no seu contato com o próximo, e ajudará a lidar melhor com as próprias emoções e as do próximo também.
Autoconhecimento, compaixão e aceitação são muito explorados pelo mindfulness, mas vale reforçar que compaixão não é piedade, e também que essa aceitação não é passiva, mas ativa. “Autocompaixão, na realidade, é você se tratar como trata a sua melhor amiga, e aceitação é sobre aprender a viver apesar do que não é como você queria que fosse”, explica a instrutora sênior, acrescentando que, ao sair da zona de medo e estresse, é possível ter mais calma e clareza mental para agir lidando com o que quer que seja da melhor forma possível.
“Já pensou em quantos anos você viveu se cobrando e criticando, com falta de autocompaixão? Por isso mesmo é normal esse padrão querer voltar, mas é uma construção diária mudar esse modo de ser, é sobre se perceber o tempo inteiro”, ensina Luiza. Ela diz também que é importante lembrar que não tem problema não estar bem em qualquer momento da vida, porque vulnerabilidade não é sinônimo de fraqueza como muita gente pensa, e sim de maturidade.
“É preciso sentir as emoções e os sentimentos, eles vão existir e não podemos controlá-los. O que se pode fazer é controlar apenas como nós vamos lidar com eles, fazendo escolhas mais conscientes entre o que a gente pensa, sente e o que faremos com aquilo”, esclarece Bittencourt. Ao deixar a emoção viver seu curso, ela aparece, existe e depois vai embora. “Então, se tiver que chorar, chore, se não estiver afim de sair, fique em casa. Respeite seu tempo de ficar só, de refletir e pensar no que quer melhorar e o que pode fazer por você mesma também”, exemplifica.
Método criado pelo médico Jon Kabat Zinn, em 1979, a prática de atenção plena traz benefícios como redução de estresse e ansiedade, além de melhorar foco, concentração, produtividade, qualidade do sono e memória. Também aumenta a criatividade, a sensação de bem-estar e fortalece o sistema imunológico, além de trazer mais resiliência, estabilidade emocional e autocompaixão. “É uma ótima ferramenta e todos podem praticar, é simples de implementar na rotina e possui inúmeros benefícios”, finaliza Luiza.