Medicamento inovador que aguarda aprovação da ANVISA é capaz de tratar os efeitos neurológicos da MPS- II, proporcionando benefícios e
Celebrado em 15 de maio, o Dia Internacional de Conscientização das Mucopolissacaridoses (MPSs)
As MPSs são doenças genéticas raras, sendo o tipo II (também chamado de Síndrome de Hunter ou MPS-II), o que tem mais pacientes no Brasil. A falha em um gene localizado no cromossomo X (razão pela qual a MPS-II afeta quase exclusivamente os meninos) leva à deficiência na produção de uma das enzimas responsáveis
Os sintomas começam a ser perceptíveis nos primeiros meses de vida: a criança com MPS-II pode ter aumento do fígado e o baço, articulações enrijecidas, atraso na fala, dificuldades de atenção e perda de habilidades adquiridas, entre outras manifestações. Contudo, esses
A expansão do teste do pezinho para incluir as MPS seria uma maneira de detectar rapidamente a MPS-II, além de outras doenças raras, garantindo o tratamento adequado para minimizar os efeitos dessas patologias nos pacientes. O exame já é previsto em lei desde 2021, mas o Brasil ainda enfrenta dificuldades para efetivar sua implantação em toda a rede do SUS.
Novo medicamento pode
Atualmente, o tratamento disponível no Brasil para a MPS-II não é capaz de tratar os efeitos neurológicos da doença por causa da chamada “barreira sangue-cérebro”, formada por um conjunto de células que atuam como um filtro altamente seletivo, que protege o sistema nervoso central de ataques de microrganismos e impede que medicamentos administrados por via oral ou injetados no sangue cheguem até o cérebro.
“Aos três anos de idade meu filho foi diagnosticado com Mucopolissacaridose II, também conhecida como Síndrome de Hunter. O medicamento disponível no Brasil não conseguia controlar a piora no quadro em relação ao sistema neurológico. Depois de pesquisas incessantes conheci esse tratamento
Aprovado desde 2021 no Japão, o mais novo tratamento para a MPS II pode revolucionar o curso da
Roberto Giugliani, geneticista do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e Professor Titular do Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), além de Head de Doenças Raras da Dasa Genômica e Co-Fundador da Casa dos Raros, lembra que o Brasil está participando ativamente dessa revolução da medicina. A pesquisa clínica sobre a utilização do alfapabinafuspe para o tratamento de pacientes com MPS II também está sendo realizada no país desde 2018.
“Nos estudos clínicos, os indicadores de eficácia foram bem evidentes, com redução dos biomarcadores da doença no sangue, na urina e no líquido céfalo-raquidiano (
Os resultados da fase II revelaram que o tratamento pode ser benéfico para manter ou estabilizar o desenvolvimento
“Os pacientes e cuidadores relataram melhora dos indivíduos em atividades como caminhada (78%), agarrar objetos sem dismetria ou tremor (55%), interação social (55%) e qualidade do sono (33%)”, complementa Dr. Roberto Giugliani.
Pesquisadores, médicos e pacientes de MPS II aguardam a aprovação do alfapabinafuspe pela Anvisa. O medicamento
De acordo com Vanessa Tubel, CEO da JCR Farmacêutica, empresa que desenvolve o alfapabinafuspe, “o
Sobre a JCR Farmacêutica
Presente no Brasil desde 2020, a JCR Farmacêutica foi fundada no Japão em 1975. A empresa trabalha no desenvolvimento de tecnologias proprietárias e na criação de produtos para doenças raras e ultrarraras guiada pela filosofia corporativa: “contribuir para a saúde das pessoas por meio de produtos farmacêuticos”. O objetivo é desenvolver opções de tratamento para atender às necessidades médicas não atendidas de pacientes que sofrem de várias doenças raras e ultrarraras. https://jcrpharm.com.br/
Referências:
Ministério da Saúde
Clinical development times for innovative drugs
(https://europepmc.org/
Estimated Research and Development Investment Needed to Bring a New Medicine to Market, 2009-2018
(https://jamanetwork.com/
National Center for Biotechnology Information
(https://www.ncbi.nlm.nih.gov/
RDC (Resolução de Diretoria Colegiada) n° 205, da Anvisa (https://bvsms.saude.gov.br/
Doenças raras – Informações gerais, da Anvisa
Mecanismos inovadores de acesso pré-comercialização a tecnologias para doenças raras no Brasil: um estudo de caso de alfapabinafuspe para mucopolissacaridose tipo II