Dia Mundial da Segurança do Paciente alerta para a importância da prevenção de quedas e lesões durante internação

No dia 17 de setembro é celebrado o Dia Mundial da Segurança do Paciente, data de conscientização sobre a importância da adoção de práticas nos serviços de saúde para prevenir riscos e danos aos pacientes. Estudos apontam que cerca de 10% dos pacientes sofrem com algum tipo de evento adverso durante a internação, como quedas e lesões por pressão, por exemplo. Por meio de políticas e protocolos assistenciais, instituições hospitalares vêm desenvolvendo estratégias para prevenir quedas e lesões. A tecnologia médica também aparece como uma aliada para a prevenção desses eventos.

Como exemplo, para a prevenção de quedas é importante que a cama esteja em uma altura adequada para o paciente e seja segura para ele sair da cama, evitando lesões por queda sem comprometer a estabilidade e a mobilidade do paciente. Para a lesão por pressão, superfícies de apoio com tecnologia do gel são uma opção que permite maior conforto e redistribuição de pressão e alívio na região sacral para pacientes de todos os níveis.

PREVENÇÃO DE QUEDAS

O Brasil lançou em abril de 2013, a Política Nacional de Segurança do Paciente, na qual, têm-se o eixo prevenção de quedas. O paciente internado, geralmente, apresenta instabilidade devido a doenças crônicas, desconforto físicos agudos ou descompensação mental.

Tais particularidades, somadas ao ambiente hospitalar desconhecido, consideravelmente, eleva o risco de quedas. Pesquisa realizadas no Brasil avaliou a taxa de queda de pacientes hospitalizados, sendo evidenciado a variação de 1,37 a 12,6 para cada 1.000 pacientes-dia.

A queda representa um dos principais incidentes de segurança no ambiente hospitalar, sendo responsável por dois em cada cinco eventos relacionados à assistência do paciente.

Geralmente a queda de pacientes em hospitais está associada a fatores vinculados tanto ao indivíduo como ao ambiente físico. Entre os fatores vinculados ao paciente destacam-se: idade avançada (principalmente idade acima de 85 anos), história recente de queda, redução da mobilidade, incontinência urinária, uso de medicamentos e hipotensão postural.

Com relação aos fatores ambientais e organizacionais, podem ser citados: pisos desnivelados, objetos largados no chão, altura inadequada da cadeira, insuficiência e inadequação dos recursos humanos.

Quedas de pacientes contribuem para aumentar o tempo de permanência hospitalar e os custos assistenciais, geram ansiedade na equipe de saúde, além de produzir repercussões na credibilidade da instituição e repercussões de ordem legal. Pode ter como complicações comuns, contusões ou fraturas, lesões cortantes, sangramento/hematoma, dor, traumatismos, ansiedade, depressão e medo de cair de novo, incapacidade física e óbito. Quedas de pacientes produzem danos em 30% a 50% dos casos, sendo que 6% a 44% desses pacientes sofrem danos de natureza grave.

ÚLCERA POR PRESSÃO (UPP)

Uma das consequências mais comuns, resultante de longa permanência em hospitais, é o aparecimento de alterações de pele. A incidência aumenta proporcionalmente à combinação de fatores de riscos, dentre eles, idade avançada e restrição ao leito.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) utiliza a incidência e a prevalência das úlceras de pressão como um dos indicadores para determinar a qualidade dos cuidados prestados nos serviços de saúde. Segundo a OMS, aproximadamente 95% das úlceras de pressão podem ser evitadas com a adoção de medidas especiais.

Diferentemente de boa parte das alterações de pele, a UPP tem sido alvo de grande preocupação para os serviços de saúde, pois a sua ocorrência causa impacto tanto para os pacientes e seus familiares, quanto para o próprio sistema de saúde, com o prolongamento de internações, riscos de infecção e outros agravos evitáveis.

Segundo dados da instituição norte-americana National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP), a prevalência de UPP em hospitais é de 15% e a incidência é de 7%. No Reino Unido, casos novos de UPP acometem entre 4% a 10% dos pacientes admitidos em hospital. Estudos estimam a ocorrência de lesão por pressão (LP) entre 4 a 16% de pacientes hospitalizados em países desenvolvidos (ANVISA, 2017). No Brasil, estudo revela que a prevalência de lesões nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) variou entre 35,2% a 63,6% e a incidência entre 11,1% e 64,3%

Úlceras por pressão causam dano considerável aos pacientes, dificultando o processo de recuperação funcional, frequentemente causando dor e levando ao desenvolvimento de infecções graves, também têm sido associadas a internações prolongadas, sepse e mortalidade. O custo total estimado do tratamento de UPP nos EUA é de 11 bilhões de dólares por ano.

A prevenção, se comparada com a gestão do tratamento, é o caminho mais preciso para se atingir a qualidade dos cuidados, pois aumenta a qualidade de vida e reduz sofrimento aos pacientes e custos para os sistemas de saúde. A rápida identificação de pacientes em risco para o desenvolvimento de LP permite a adoção imediata de medidas preventivas. Em estágios avançados, o tratamento das úlceras de pressão pode ser demorado e de alto custo, e em alguns casos é necessária intervenção cirúrgica.

Sobre o Dia Mundial da Segurança do Paciente

Dia Mundial da Segurança do Paciente foi criado em maio de 2019 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), durante a 72ª Assembleia Mundial da Saúde realizada em maio de 2019. No Brasil, o Ministério da Saúde instituiu o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), por meio da Portaria MS/GM nº 529/2.013.

O objetivo é contribuir para a qualificação do cuidado em saúde em organizações públicas e privadas de todo o território nacional e conscientizar profissionais de saúde, gestores, órgãos governamentais, pacientes, educadores e sociedade civil sobre a necessidade da implementação das práticas de segurança dentro dos serviços de saúde. Tal ação contribui para minimizar riscos e danos ao paciente, refletindo na melhoria da qualidade do cuidado prestado nos serviços de saúde do país.

Referências

  • “8 Indice de quedas_Fiocruz” at: Link
  • “13 Incidência de úlcera por pressão” at: Link
  • “Análise da incidência de úlcera de pressão” at: Link
  • “EBSERH_quedas pacientes-versao-2-final” at: Link
  • “EPUAP_Ulcera por pressao_POR” at: Link
  • “Incidência de quedas e ações preventivas em um Hospital Universitário” at: Link
  • “Ocorrência de úlcera por pressão e perfil epidemiológico e clínico” at: Link
  • “Ulcera_Pressao_MinSaude” at: Link