Sintomas como queda de pressão, frequência respiratória aumentada e confusão mental podem ser indícios de Sepse
No dia 13 de setembro foi o Dia Mundial da Sepse, data que lembra a importância da atenção, precaução e cuidado para evitar a Sepse. A doença é caracterizada, inicialmente, por uma infecção (que pode ser viral, bacteriana ou fúngica) mas que avança para disfunção orgânica, ou seja, a insuficiência de algum órgão, como pulmão, rins ou coração. Com a pandemia de COVID-19, a preocupação com a Sepse aumentou, tendo vista que a COVID-19 também pode levar a disfunções orgânicas, e pacientes internados com COVID-19 por um tempo prolongado têm risco de infecções bacterianas hospitalares, as quais podem culminar em Sepse, segundo o infectologista João Telles, do Hospital Universitário Cajuru.
A insuficiência dos órgãos causada pela Sepse pode apresentar sintomas como queda de pressão, frequência respiratória aumentada e confusão mental. Esses sintomas podem levar a falsas constatações por pacientes que insistem em não buscar tratamento médico com antecedência e acreditam que os sintomas podem ser tratados sem acompanhamento clínico.
É fundamental saber que além de existir a possibilidade de o quadro infeccioso se desenvolver dentro de ambientes hospitalares, muitos acontecem fora desses locais, conforme alerta o infectologista. “Muitas pessoas buscam auxílio médico quando estão em estágios avançados da Sepse. Se pacientes estão em casa, o tempo de trajeto até o hospital pode influenciar no desenvolvimento da infecção. Cada hora é fundamental para o tratamento”, afirma.
No Brasil, o quadro de Sepse, muitas vezes, é agravado porque a população tem mais comorbidades quando comparado com outros países. O número maior dessas doenças, segundo Telles, pode resultar em um pior desfecho da Sepse, pois pode ser mais grave.
A Sepse e a COVID-19
Com a pandemia de causada pelo novo coronavírus, as equipes de saúde estão alertas ao desenvolvimento de casos relacionados a doença e também a Sepse. Segundo o infectologista do HUC, a Sepse não necessariamente pode ser desenvolvida por um agente bacteriano, ou seja, também pode ser causada por um agente viral, e até mesmo fúngico.
“Um paciente com insuficiência respiratória, por exemplo, pode estar tanto com pneumonia como com COVID-19. O alerta, então, aumentou pois os pacientes com a COVID-19 entram no hospital não raramente com disfunção orgânica relacionada ao pulmão”, explica. Por isso, o médico ressalta a importância de procurar tratamento e orientação médica nos sinais e sintomas tanto da COVID-19 quanto de outras infecções que podem levar a quadros de Sepse.
O tratamento da Sepse
De acordo com Telles, os hospitais possuem protocolos para diagnóstico efetivo. Sinais e sintomas, como frequência respiratória alta, confusão e/ou pressão baixa, podem indicar que a Sepse está em desenvolvimento, mas somente exames vão constatar se o paciente está com o quadro séptico de fato. “Mesmo assim é necessário tratar a Sepse a partir das primeiras horas de desconfiança. Sempre que há um caso suspeito, indica-se o tratamento imediato, com antibioticoterapia”, explica.
No Hospital Universitário Cajuru, conforme explica Telles, os protocolos estão baseados tanto no que diz a Sociedades de Infectologia do Brasil quanto aos consensos de Sepse Latino-Americanos. Além disso, “outra questão que é considerada é que quando é prescrito o antibiótico para o paciente, para ser administrado imediatamente, isso já é um indício ou suspeita da Sepse e várias ferramentas são mobilizadas para o tratamento precoce e em busca do melhor desfecho para o paciente”, comenta.
Sobre o Hospital Universitário Cajuru
O Hospital Universitário Cajuru é uma instituição filantrópica com atendimento 100% SUS. Está orientada pelos princípios éticos, cristãos e valores do Grupo Marista. Vinculado às escolas de Medicina e Ciências da Vida da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), preza pelo atendimento humanizado, com destaque para procedimentos cirúrgicos, transplante renal, urgência, emergência, traumas e atendimento de retaguarda a Pronto Atendimentos e UPAs de Curitiba e cidades da Região Metropolitana.