A importância de procurar o oftalmologista

Pesquisa virtual realizada em junho pelo Ibope Inteligência, um dos braços analíticos do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística, junto a 2,7 mil brasileiros a partir dos 18 anos de idade, em diferentes estados, constatou que uma a cada cinco pessoas entre 18 a 24 anos nunca foi ao oftalmologista (21%) e apenas 10% fizeram a consulta uma única vez na vida. Entre todos os entrevistados, 10% assumiram que nunca foram e 25% disseram que raramente, somente quando sentem algum incômodo nos olhos.

Intitulada ‘Um olhar para o glaucoma no Brasil’, a análise ainda registra que 33% dos entrevistaram acreditam que a visita ao oftalmologista deve ser frequente somente depois que começam a usar óculos e 13% consideram uma visita ao especialista anualmente somente quando têm alguma dor nos olhos. Já 12% não souberam responder quando deve se tornar frequente. Segundo dados do IBGE, no Brasil existem mais de 6,5 milhões pessoas com deficiência visual, sendo 583 mil cegas e 6 milhões com visão subnormal. A Agência Internacional de Prevenção à Cegueira (IAPB) também destaca que no país, cerca de 33 mil crianças sejam cegas devido a doenças oculares que poderiam ter sido evitadas ou tratadas precocemente.

Considerado Mês Mundial da Visão, outubro traz o tema ‘saúde ocular’ à tona e revela dados alarmantes também sobre a qualidade dos exames oftalmológicos realizados: segundo especialistas, somente 30% dos exames de refração (o popular ‘exame de vista’) realizados no país seguem o chamado “Gold Standard” da medicina ocular, com uso de técnicas e equipamentos adequados, como por exemplo, a dilatação das pupilas – necessária para um diagnóstico preciso.

O teste de refração investiga a capacidade de enxergar da pessoa e, quando necessário, define o grau das lentes de correção necessárias para os óculos. O exame detecta miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia. Para uma avaliação adequada, o oftalmologista deve dilatar as pupilas do paciente com colírio especial minutos antes do exame – o que nem sempre acontece.

Segundo a Dra. Alessia Braz, oftalmologista parceira da ZEISS, referência mundial em tecnologia voltada à saúde ocular, é fundamental visitar o oftalmologista periodicamente. “O brasileiro não se preocupa muito com prevenção. A maioria das pessoas só procura o oftalmologista quando sente algum desconforto nos olhos, e a grande maioria, procura o especialista achando que 100% do problema será resolvido com o uso de óculos, o que está longe de ser a realidade. Para adultos, é essencial fazer o acompanhamento anual com o oftalmologista. Já para crianças e jovens de até dezoito anos, o indicado é uma consulta a cada seis meses. Essa rotina possibilita a identificação, prevenção ou tratamento precoce de doenças mais sérias que podem levar à cegueira”, explica Braz.

Dra. Alessia Braz