Após mais de 1 ano e meio desde o início da pandemia do coronavírus as pessoas se encontram estressadas e esgotadas

Depois de tanto tempo vivendo a pandemia do coronavírus, ainda é difícil definir com exatidão o estado em que ficou a saúde mental das pessoas. Em meio a este cenário e seus efeitos na vida das pessoas, a semana do Combate ao Estresse, cuja data é celebrada no dia 23 de setembro, é um período relevante para discutir as consequências do estresse no organismo e como tratar quadros graves.

A médica endocrinologista do Hospital Brasília Jamilly Drago explica que o estresse pode ser entendido como uma forma de exaustão do organismo. Ele pode ser causado pela ansiedade e pela depressão devido à exposição a determinados ambientes. “O estrese provoca uma série de produções hormonais e de neurotransmissores que agitam todo o organismo. Esses acontecimentos têm influência em vários órgãos e sistemas”, explica.

Os sintomas físicos mais comuns do estresse são dor de cabeça, falta de energia, cólica, problemas gastrointestinais e até mesmo queda de cabelo, enquanto os sintomas psicológicos podem variar entre irritabilidade, dificuldade de concentração, raiva e tristeza. Problemas hormonais também podem surgir a partir de episódios de estresse crônico, que também pode desencadear diversos problemas de saúde tais como câncer, doenças autoimunes e diabetes.

Não cuidar da higiene do sono devidamente também estressa. A falta de tempo de repouso adequado pode ser um fator causador de estresse. “Não dormir gera estresse e o estresse pode gerar insônia, torna-se um ciclo vicioso. O hormônio responsável por essa alteração é o cortisol. Se alterado, ele pode afetar diretamente a qualidade do sono”, explica Jamilly.

A médica endocrinologista e pediatra do Exame Imagem e Laboratório/Dasa Fernanda Lopes explica que o cortisol é um hormônio da glândula adrenal e é secretado ao longo do dia, podendo ter picos de secreção em situações de estresse metabólico, como numa infecção ou trauma e em casos de estresse emocional.

Fernanda destaca que o exame do cortisol deve ser solicitado preferencialmente quando o paciente apresenta quadro clínico de excesso ou falta de cortisol, e não como rotina. “O hormônio pode estar aumentado em pacientes com excesso de peso e por estresse de coleta sanguínea, então é importante contextualizar o paciente para evitar interpretações errôneas”, esclarece Fernanda.

O excesso de cortisol pode levar a síndrome de cushing, um quadro que cursa com obesidade abdominal, estrias violáceas, aumento da pressão sanguínea. “O estresse não costuma gerar este quadro, mas se o paciente tiver o  quadro clínico descrito, necessita de uma boa investigação”, explica a endocrinologista do Exame.

Para tratar o estresse é preciso identificar sua causa. Antes de mais nada, o paciente precisa de atenção de um profissional da psicologia ou psiquiatria. A princípio, recomenda-se a meditação, prática de exercícios de respiração, atividade física, busca de práticas para a melhora da qualidade do sono, como diminuir a luminosidade no quarto e consumo de alimentos mais leves antes de dormir. Para casos mais graves é necessário acompanhamento psiquiátrico para indicação de remédios.