Quais são as causas, sintomas e alertas que as duas doenças têm em comum

O dia 14 de novembro foi marcado pelo Dia Mundial da Diabetes, data que celebra a conscientização pelos cuidados e sintomas que a doença traz para o organismo.

A crescente taxa de diabetes pelo mundo acende a discussão sobre os hábitos de vida e cuidado com a saúde. Atualmente ela é considerada uma das mais comum das doenças não transmissíveis com elevada prevalência e incidência crescente que atinge milhões de pessoas no mundo todo e continua a aumentar em todos os países. Os dados da 9ª edição do Atlas de Diabetes da IDF mostram que existem 463 milhões de adultos com a doença em todo o mundo. A prevalência global de diabetes atingiu 9,3%, com mais da metade (50,1%) dos adultos não diagnosticados, com o tipo 2 sendo responsável por cerca de 90% de todas as pessoas com diabetes.

Com mais pacientes portadores da doença, o aumento de comorbidades aumenta, como por exemplo, a doença renal crônica. É comprovado que muitos diabéticos não sabem sobre o risco de complicações à saúde renal e isto traz um cenário muito preocupante.

As doenças renais são um problema de saúde pública, que a cada dia contribui para o aumento dos custos com a saúde e índices de mortalidade. Estima-se que uma em cada dez pessoas tenham algum grau de doença renal, embora a incidência e prevalência variem de região para região, segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia.

No Brasil, o aumento dos casos de diabetes e hipertensão contribuem para o crescimento do número de pacientes diagnosticados com a Doença Renal Crônica. Essa doença consiste em um dano nos rins, progressiva, silenciosa e irreversível, onde os casos não param de crescer.

De acordo com um estudo promovido pela Sociedade Brasileira de Nefrologia, a taxa de prevalência da doença renal crônica no Brasil aumentou, de 2012 a 2018, de 500 pessoas por milhão para 640. Isto significa um aumento de 27% em pouco mais de seis anos.

Segundo o Dr. Mário Ernesto, Médico Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília e Membro do Comitê de Diálise Peritoneal da SBN: “Existe uma relação muito grande entre Diabetes e Doença Renal Crônica, principalmente quando o Diabetes é associado a Hipertensão, que é uma coisa extremamente frequente. Hipertensão arterial com Diabetes corresponde hoje a mais de 70% dos pacientes em tratamento de diálise peritoneal, por exemplo (…) E completa: “O grande problema é que o Diabetes tipo 2, aquele que surge no adulto, ligado a obesidade e má alimentação, por exemplo, é cada vez mais frequente e provoca alterações vasculares importantes, relacionando muito a doença cardiovascular e insuficiência renal crônica.”

No país, o mesmo estudo comentado acima estimou que 133 mil pacientes realizam tratamento de terapia renal substitutiva onde nos anos 2000, esse número era de 42 mil pessoas. Hoje em dia, as terapias de substituição renal (TRS) são: a hemodiálise, a diálise peritoneal e o transplante. Como se trata de uma doença silenciosa, a maioria dos pacientes a identificam em estágios bem avançados quando os rins já estão quase sem suas funções.

Assim como a doença renal crônica, a diabetes é uma doença de incidência crescente na população mundial e está associada ao estilo de vida, hábitos alimentares e fatores genéticos. A nefropatia diabética faz parte das importantes causas de comorbidade nesses pacientes e se torna fundamental o reconhecimento da doença renal e seu diagnóstico precoce. Mudanças no estilo de vida são fundamentais para prevenir ou retardar o surgimento das complicações crônicas da diabetes, além de diminuir o risco de progressão da doença.