Diabetes é uma doença caracterizada pela elevação da glicose no sangue, ou seja, a hiperglicemia. Suas principais causas são defeitos na ação ou na produção de insulina pelo pâncreas, hormônio que ajuda a transformar a glicose em energia. Com o tempo, o excesso de glicose no sangue pode causar danos significativos à saúde e, se não tratado, o Diabetes aumenta o risco de amputações não traumáticas de pernas e pés, além de cegueira.

De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD/2021), existem cerca de 12 milhões de pessoas com diabetes no país. Estima-se que esse número tenha se agravado devido, em grande parte, ao estilo de vida mais sedentário adotado pelos brasileiros durante a pandemia, período em que muitos tiveram que se adaptar ao isolamento social e ao trabalho remoto, passando muitas horas sentados na frente do computador, se movimentando menos e ocasionando aumento de peso.

Segundo a Dra. Marcia Silva, Endocrinologista do Hospital São José, de Teresópolis, existem alguns sintomas que podem indicar um diagnóstico de Diabetes, mas que podem passar despercebidos. “Dependendo do tipo de Diabetes, sintomas como sede, diurese e fome excessiva, emagrecimento significativo, cansaço e fraqueza podem ser indicativos de que um paciente tem a doença”, comenta a especialista, reforçando a importância de procurar um médico diante da ocorrência contínua de qualquer um desses sintomas.

Tipos e sintomas

A maioria dos casos de Diabetes está dividida em dois grupos: Diabetes do Tipo 1 e Diabetes do Tipo 2. O Diabetes do Tipo 1 (DM 1), considerado uma doença crônica, não transmissível e hereditária, resulta da destruição de células pancreáticas, causando a deficiência de insulina. Geralmente acomete crianças e adultos jovens com início relativamente rápido dos sintomas mencionados acima. “Se o diagnóstico e tratamento não forem realizados rapidamente, esses sintomas podem evoluir para desidratação severa, sonolência, vômitos, dificuldade respiratória e coma (Cetoacidose Diabética), necessitando de internação para tratamento”, explica a médica.

Já no Diabetes do Tipo 2 (DM 2), que representa a grande maioria dos casos, o pâncreas consegue produzir insulina, mas sua ação é dificultada (resistência insulínica), ocasionando um aumento da produção de insulina para tentar manter a glicose em níveis normais. Quando isso não é mais possível, surge o diabetes. “A instalação do quadro é mais lenta e os sintomas – sede, fome, aumento da diurese, dores nas pernas, alterações visuais e outros – podem demorar vários anos até se apresentarem. Se não reconhecido e tratado a tempo, também pode evoluir para um quadro grave de desidratação e coma”, comenta Dra. Marcia, complementando que existem outros tipos de diabetes mais raros, causados por defeitos genéticos, doenças do pâncreas e outras doenças endócrinas, além do Diabetes Gestacional.

Tratamento

O tratamento do paciente diabético inclui mudança do estilo de vida, com melhora dos hábitos alimentares, prática de atividades físicas, uso de medicamentos e, por vezes, aplicação de insulina. “O tratamento adequado é importante para prevenção das complicações crônicas que podem acometer os rins, o coração, os olhos, os nervos, os vasos sanguíneos, entre outros. Por isso, também é necessário realizar exames regularmente para verificar a presença de complicações”, conclui.