Nutricionista infantil fala dos perigos da prática na infância
A busca por um melhor estilo de vida cresceu nos últimos anos e o veganismo ganhou força devido ao interesse das pessoas por hábitos nutricionais desse estilo. Mas quando o assunto é crianças, será que essa é uma prática a se seguir?
A Academia Americana de Pediatria e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomendam evitar uma alimentação sem nenhuma fonte de origem animal até os dois anos de vida. No entanto, sabe-se que consumir alimentos de origem vegetal pode trazer muitos benefícios, como pontua a nutricionista Paula Tuffy, do Grupo Prontobaby.
“É uma dieta rica em nutrientes, já que possui todos que o nosso corpo precisa. Evita que o organismo desenvolva diabetes tipo 2, melhora o controle da pressão arterial e colesterol, além de fazer com que a pessoa adquira hábitos mais saudáveis”, sinaliza a especialista.
A prática que já tem cerca de sete milhões de seguidores no Brasil, segundo a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), ainda é vista como uma decisão radical para muitos, já que não se ingere nada origem animal.
Nas famílias que seguem uma alimentação vegana, a tendência é que os filhos façam o mesmo. No entanto, é preciso ligar um sinal de alerta para a prática na infância.
“A alimentação vegana não tem indicação para crianças, podendo trazer problemas neurológicos, infecciosos, além da desnutrição. Na verdade, o ideal seria uma dieta com proteínas de origem animal, já que apresentam uma quantidade total maior de proteínas e melhores perfis de aminoácidos”, esclarece a nutricionista.
Para gestantes adeptas ao veganismo, manter esse estilo alimentar pode ser interessante desde que seja feito com informação e cautela.
“A alimentação vegana para gestantes e para o bebê não oferece riscos, desde que seja corretamente suplementada e acompanhada por um nutricionista ou médico. Com isso, o leite materno das gestantes veganas não sofrerá alterações”, comenta a nutricionista.
Caso haja resistência da família e a mesma prefira seguir o veganismo na criação filhos, a nutricionista aconselha.
“Se, ainda assim, haja preferência do consumo de proteínas de origem vegetal, deverá haver inclusão no cardápio de alimentos como tofu, ervilha, quinoa, feijão, lentilha e grão de bico”, finaliza.