Federação Internacional de Diabetes (IDF) elege educação como tema da campanha de 2022

Brasil está despreparado para o crescimento da doença

No mês que marca as ações de conscientização sobre a diabetes, a IDF – Federação Internacional de Diabetes – lança sua campanha global. Para 2022, o foco é em educação.

O tema vem como uma necessidade urgente, em nível global, pedindo aos governos que aumentem os investimentos para fornecer melhor apoio aos profissionais de saúde e pessoas que vivem com diabetes.

Para o Dr. Mark Barone, do FórumDCNTs e Vice-Presidente Global da IDF, “as atividades de conscientização são fundamentais, mas é preciso alavancar a educação sobre diabetes como um todo, no momento do diagnóstico e ao longo do tratamento – para as pessoas que vivem com a condição e para os profissionais de saúde.

No Brasil, a diabetes afeta mais de 15 milhões de adultos (Atlas de Diabetes IDF, 2021). Em relação ao diabetes tipo 1, o Brasil está em terceiro lugar no número global de casos e verificou-se, ainda, que a expectativa de vida dessas pessoas é reduzida em uma média de 25,4 ano no país. Para o desenvolvimento do diabetes tipo 2, o sobrepeso e obesidade têm se mostrado um fator de risco preponderante e representa, hoje, o maior desafio quando se fala em prevenção.

“Há muitas lacunas de educação em saúde para quem vive com diabetes, somadas a um ambiente que não favorece opções saudáveis e falta ou deficiência no tratamento. Como consequência, as pessoas com diabetes têm desenvolvido prematuramente complicações, como ataque cardíaco, acidente vascular cerebral, cegueira e danos nos nervos”, afirma Dr. Barone.

Em sua visão, em linha com muitos colegas pesquisadores e profissionais de saúde, iniciativa interessante seria a criação de um plano nacional estruturado de educação para pessoas que vivem com diabetes e de capacitação e atualização contínuas para profissionais de saúde. Para o desenvolvimento desse plano e para acompanhamento dos envolvidos em toda a jornada seria fundamental reunir esforços de associações de diabetes, sociedades médicas, academia, autoridades e instituições dos setores público e privado. “Há muita informação pouco divulgada e discutida, como os direitos dessas pessoas ao acesso aos seus cuidados. E os profissionais e trabalhadores da saúde, sobretudo da atenção primária, precisam de conhecimento mais aprofundado sobre a condição, para que possam identificar pessoas em risco ou já com sintomas e fazer o diagnóstico prontamente – além de prestar apoio contínuo”, finaliza.

A Organização Mundial de Saúde, parceira da IDF nessa campanha, elencou um conjunto de metas globais de cobertura do diabetes para ser atingido até 2030. Elas incluem, dentre várias, tratar 60% de todas as pessoas com diabetes com mais de 40 anos com medicamentos para baixar o colesterol, e garantir que todas as pessoas com diabetes tipo 1 tenham acesso a insulina e automonitoramento de glicose no sangue. Alcançar essas metas passam, inevitavelmente, por educação e informação.