Via final de muitas doenças cardiovasculares, a insuficiência cardíaca (IC) ocorre quando o coração não consegue bombear o sangue adequadamente para todo o corpo, seja por não ter “força” o suficiente para fazer o trabalho ou por ter que se “esforçar” demais para conseguir realizar a função. Com isso, a circulação sanguínea fica descompensada, o que pode causar diversos outros problemas secundários, como alterações de fluxo aos rins, impactando o funcionamento em curto ou em longo prazos.

“Aproximadamente 70% dos casos de síndrome cardiorrenal advêm de piora da função cardíaca em um contexto de IC descompensada. Quando um paciente passa pelo transplante do coração, o organismo precisa se recuperar da ‘agressão’ da própria cirurgia e se adaptar ao uso das medicações necessárias. Os imunossupressores, por exemplo, que são vitais para transplantados, também afetam os rins”, explica o Dr. Alexandre Soeiro, coordenador do Programa de Insuficiência Cardíaca e Transplante Cardíaco do Hcor.

O critério diagnóstico mais comumente utilizado para detecção da síndrome cardiorrenal é o aumento da creatinina sérica. “A realização desse exame já é uma prática clínica para o acompanhamento de pacientes com doenças cardiovasculares e/ou renais. Todos os nossos esforços visam estabilizar os níveis, mas quando a função renal chega a 15%, é preciso iniciar o tratamento de hemodiálise, para manter o equilíbrio das substâncias essenciais para o organismo”, esclarece o especialista.

O cuidado é importante porque a combinação da insuficiência cardíaca com a hemodiálise representa um grande risco. As doenças cardiovasculares são as principais causas de morbidade e mortalidade em pacientes submetidos a tratamento dialítico, contando com quase 40% das hospitalizações e aproximadamente 50% dos óbitos. A taxa de mortalidade cardiovascular em pacientes com doença renal em fase terminal é 10-20 vezes maior que na população em geral, sendo a taxa de sobrevida em cinco anos estimada em cerca de 20%.

Sobre o Hcor

O Hcor atua em mais de 50 especialidades médicas, entre elas Cardiologia, Oncologia, Neurologia e Ortopedia, além de oferecer um centro próprio de Medicina Diagnóstica. Possui Acreditação pela Joint Commission International (JCI) e diversas certificações nacionais e internacionais. Desde 2008, é parceiro do Ministério da Saúde no Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), o que proporciona que seu impacto em saúde esteja presente em todas as regiões do país.

Instituição filantrópica, o Hcor iniciou suas atividades em 1976, tendo como mantenedora a centenária Associação Beneficente Síria, que também conduz projetos gratuitos de saúde para população em situação de vulnerabilidade. Além do escopo médico-assistencial, o hospital conta com um Instituto de Pesquisa, reconhecido internacionalmente, que coordena estudos clínicos multicêntricos com publicações nos mais conceituados periódicos científicos. Conjuntamente, capacita milhares de profissionais anualmente por meio do Hcor Academy com seus cursos de pós-graduação, cursos de atualização e programas de residência e aprimoramento médico.