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Pacientes cardíacos são mais vulneráveis à dengue

Cardiologista do HCor alerta que o tratamento contra a dengue exige a suspensão de um importante medicamento, que pode predispor ao entupimento de uma artéria ou à obstrução de um stent previamente implantado em pacientes com doenças coronarianas

O calor ajuda na proliferação do Aedes aegypti, mosquito que transmite doenças como dengue, zika e chikungunya. Segundo pesquisa do Ministério da Saúde, neste ano, os casos de dengue já subiram 71% no Brasil, em comparação ao mesmo período do ano passado. O país já soma 94 mil casos, e o tipo 2, mais perigoso dos quatro existentes, voltou com força. O cenário preocupa, pois os casos graves podem causar mortes.

Diante do alerta de possíveis surtos em 11 estados, o cardiologista e clínico-geral do Hospital do Coração (HCor), Abrão Cury, alerta para o risco poder ser ainda maior para pacientes cardíacos, já que o tratamento da dengue exige a suspensão de um medicamento importante, que previne a formação de coágulos que causam infarto e angina, o AAS (ácido acetilsalicílico), que pode causar hemorragia, caso o tratamento seja interrompido.

“Existe um grupo em situação mais crítica, que são os que passaram por uma angioplastia e usam AAS, e outras medicações associadas para evitar a trombose do stent implantado na coronária. Nestes casos, um acompanhamento rígido é necessário para evitar problemas mais graves. Além disso, alguns pacientes, especialmente os mais idosos, podem descompensar uma insuficiência cardíaca já controlada”, explica Cury.

Quando um paciente recebe um stent para desobstruir a coronária, o sistema imunológico entende que o implante é um corpo estranho e o ataca. Isso eleva o risco de formação de coágulos que provocariam um infarto.

“O risco é alto no primeiro ano. Depois, o sistema imunológico reconhece que o corpo estranho faz parte do organismo e diminui o ataque. Praticamente todos os pacientes com stents precisam tomar o medicamento AAS”, esclarece o cardiologista.

O especialista ainda ressalta que o tratamento desses pacientes deve ser feito com avaliações individuais de cada caso, prestando sempre atenção ao nível das plaquetas de sangue, que podem diminuir ao ponto de causar a hemorragia. A internação do paciente é recomendada para que o acompanhamento seja mais rigoroso.

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Prevenir é a melhor opção

Usar repelentes é altamente recomendado. Além disso, é extremamente importante adotar medidas para evitar a proliferação da dengue em água parada, tais como:

• Manter quintais sempre limpos.

• Trocar a água dos vasos de plantas.

• Tampar tonéis e caixas d’água.

• Ficar atento ao acúmulo de água em locais como calhas, pneus velhos, garrafas e todo tipo de objetos que possam juntar água.