Pesquisa foi apresentada no congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC), que contou com a cobertura da MDHealth 

O horário de ingestão de medicamento para a pressão não impacta na proteção contra ataque cardíaco, acidente vascular cerebral e morte vascular. Essa foi a conclusão de um estudo que tinha como objetivo mostrar se ingerir o medicamento à noite ajudaria na redução do risco de eventos cardiovasculares, como acreditava-se até então. A pesquisa foi apresentada no maior congresso de cardiologia do mundo, promovido pela Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC), no final de agosto, na Espanha. O evento contou com a cobertura da MDHealth, pioneira em educação médica independente.

“Informações anteriores apontavam que ingerir o remédio à noite traria mais benefícios, diminuindo o risco de problemas cardiovasculares. O novo estudo, chamado ‘TIME: The Treatment in Morning versus Evening study’, revelou que o horário no qual o paciente consome a medicação não impacta no aumento ou diminuição da proteção. O importante é que a pessoa não deixe de tomar a medicação conforme a prescrição médica, mas pode fazê-lo no horário que for mais conveniente para ela”, explica o Dr Renato Delascio Lopes, fundador e diretor-executivo do Instituto Brasileiro de Pesquisa Clínica (BCRI) e integrante do Comitê Técnico da MDHealth.

A hipertensão é uma das principais causas de morte no mundo e, no Brasil, acomete cerca de 30% da população, segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH). Apesar de ser mais comum em pessoas acima de 60 anos, é uma doença que também pode ser apresentada a partir de 45 anos. De acordo com Dr. Lopes, a hipertensão não tem cura, podendo apenas ser controlada por meio de medicação, mas pode ser prevenida. “Manter hábitos alimentares saudáveis, praticar atividades físicas e controlar o consumo do sal, álcool e tabaco são algumas formas de prevenir a doença”, destaca o renomado cardiologista brasileiro.

Para o “Time”, foram estudados 21.104 pacientes, dos quais 10.503 fizeram administração noturna do medicamento e 10.601 administração matinal. A idade média dos participantes foi de 65 anos, 58% eram homens e 98% eram brancos. A duração mediana do acompanhamento foi de 5,2 anos, mas alguns estavam no estudo há mais de nove anos.