Câncer de pulmão em não fumantes pode estar associado a fatores como exposição à radiação, ao gás radônio, fumo passivo e poluição ambiental1.

Embora o cigarro seja apontado como responsável pela maioria dos casos de câncer de pulmão, tem aumentado nas últimas décadas o número de não fumantes que desenvolvem a doença1. Nos EUA, esse grupo representava de 8% a 9% do total de casos de câncer de pulmão nos anos 90. Atualmente, a taxa se aproxima de 20%1. Exposição à radiação, ao gás radônio e fumo passivo são alguns dos fatores importantes relacionados à enfermidade1.

O Dr. Felipe Ades, oncologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e do Hospital Pérola Byington, fala sobre a dificuldade de diagnóstico no paciente não fumante e as possíveis consequências de uma descoberta tardia. “Infelizmente, sabemos de casos em que a pessoa fica meses recebendo tratamento para uma infecção respiratória, pois quando chega a um pronto-socorro, por exemplo, apresentando tosse, falta de ar, cansaço e dor torácica, a principal suspeita é pneumonia ou até mesmo tuberculose, no entanto estes sintomas também podem ocorrer no câncer de pulmão. Isso pode atrasar o diagnóstico, o que faz a doença evoluir e ser detectada apenas quando está mais avançada”.

Entre as diferentes expressões do tumor, a mais comum é o câncer de pulmão de células não pequenas (CNPC), que representa 85% a 90% de todos os casos de câncer de pulmão2. Entre os CPCNP cerca de 60% são do tipo adenocarcinomas3 e dessses, em 5% desses quadros, há um rearranjo genético do gene chamado quinase de linfoma anaplásico (ALK+), que leva à produção de uma proteína anormal, fazendo com que as células cresçam e se espalhem4.

“Todo paciente com câncer de pulmão de células não pequenas adenocarcinoma deve passar por uma avaliação molecular para verificar as características da doença e identificação do subtipo. Isso faz parte do protocolo de definição do tratamento que poderá ser realizado de forma individual com maior chance de eficácia, menos efeitos colaterais e que promovam melhor qualidade de vida, levando em conta o fato do tratamento poder ser feito por meio de comprimidos, em casa”, explica o especialista.

“Outro ponto que podemos destacar como frequente entre estes pacientes não fumantes, é que eles geralmente são mais jovens do que os demais pacientes com câncer de pulmão. Isso pode contribuir como característica para uma investigação obrigatória sobre o subtipo de câncer de pulmão”, conclui o profissional.

No mundo, aproximadamente 40 mil pacientes convivem com câncer de pulmão ALK+5.

Conheça outros marcadores tumorais mais frequentemente encontrados:6

As alterações genéticas de maior incidência nos tumores sólidos são: mutação em KRAS e em EGFR, rearranjo em ALK (Anaplastic Lymphoma Kinase), amplificação de MET, mutação em PI3K, mutação em HER2 (Human Epidermal Growth Factor Receptor), mutação em BRAF (v-Raf murine sarcoma viral oncogene homologue B1) e rearranjo de ROS1 (ROS proto oncogene 1).

Referências bibliográficas:

1 Portal Drauzio Varella [Internet] Câncer de pulmão em não fumantes. Disponível em: http://drauziovarella.uol.com.br/cancer/cancer-de-pulmao-em-nao-fumantes/ . Acesso em: 23 de setembro de 2020.

2 Instituto Oncoguia [Internet] Tipos de Câncer de Pulmão de Não Pequenas Células, http://www.oncoguia.org.br/conteudo/tipos-de-cancer-de-pulmao-de-nao-pequenas-celulas/1577/196/. Acesso em 21 de janeiro de 2020

3 Min Zheng, MD, PhD [Internet] Classification and Pathology of Lung Cancer em: http://cbc.org.br/wp-content/uploads/2016/07/072016SCOc.pdf.Acesso em 28 de setembro de 2020.

4 Shaw A, et al. ASCO 2017

5 Lung Cancer Foundation of America, http://lcfamerica.org. Acesso em 03 dezembro de 2019

6 Revista Inovar Saúde_Revista Médica – Edição Especial Oncogenética, outubro de 2017 [Internet]. Disponível em: http://www.geneone.com.br/assets/pdf/ONCOGENETICA.pdf pág. 37. Acesso em: 03 de março de 2020