Hábitos associados ao cigarro são barreiras para parar de fumar

Grupos Virtuais de Tabagismo das Unidades Básicas de Saúde geridas pelo CEJAM apoiam as pessoas que querem deixar este vício

São Paulo, novembro de 2020 – Celebrado no dia 16 de novembro, o Dia do Não Fumar alerta para a importância do combate ao tabagismo, responsável por cerca de 200 mil mortes por ano no Brasil, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Além do câncer no pulmão e na boca, deterioramento dentário e problemas respiratórios, o uso de cigarro pode causar úlceras, osteoporose, pressão alta, aneurismas cerebrais e trombose, por exemplo. Para evitar o desenvolvimento destas e outras doenças associadas ao consumo do tabaco, Unidades Básicas de Saúde possuem grupos de tabagismo que auxiliam a população no processo de abandono do vício pelo fumo, a partir de dinâmicas em grupo e uso de medicamentos.  

De acordo com Ismael de Oliveira, Farmacêutico responsável pelo Programa de Cessação ao Tabaco da Unidade Básica de Saúde (UBS) Vera Cruz, gerenciada pelo Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” (CEJAM), atividades físicas e mudanças na rotina ajudam os fumantes. “É importante adquirir novos hábitos que substituam os que são associados ao cigarro. Se uma pessoa fuma enquanto dirige, seria adequado não levar o cigarro para o carro. Aos que fumam após tomar um café, substitua-o por um suco”, recomenda o profissional.

Embora algumas pessoas recorram ao cigarro light ou eletrônico e vaper para reduzir o nível de dependência, o especialista pondera que este tipo de saída não é o mais apropriado. “O cigarro eletrônico também contém nicotina e é tão nocivo para a saúde quanto o cigarro normal. O que os distingue é apenas a ausência de alcatrão e monóxido de carbono no cigarro eletrônico. Eles não saciam a vontade de fumar e não são eficazes”, pondera.

Para o farmacêutico, o melhor caminho é a conscientização sobre o impacto negativo que este hábito causa para a saúde e para as finanças das pessoas, além do estabelecimento de metas para parar de fumar, uso de remédios de apoio conforme o nível de dependência e apoio psicológico.

Entre fevereiro de 2019 e outubro de 2020, 57 pessoas participaram do programa de tabagismo na UBS Vera Cruz, em São Paulo. Destes,  31% pararam de fumar. Por conta da pandemia, em agosto a unidade iniciou o Grupo Virtual de Tabagismo, que oferece encontros online com profissionais da unidade para pessoas que desejam abandonar o vício em cigarro. Nas sessões são apresentados conteúdos e atividades de incentivo, como a determinação de uma data para o participante parar de fumar. “O fator econômico também influencia no abandono do vício. Colocar em um papel uma média anual de gastos com o cigarro é uma das atividades do programa que mais choca os participantes”, conta Oliveira.

Durante a sessão inicial é realizado o teste que avalia o nível de dependência do participante e se será necessário o uso de medicamentos. Em seguida, os encontros promovem interações para que as pessoas entendam o motivo do vício e os efeitos causados na saúde psicológica e física, além de observar o desempenho dos participantes e monitorar o uso dos medicamentos. Aos pacientes que têm recaídas após a finalização de todas as sessões é possível frequentar encontros de manutenção mensalmente.

Fumantes interessados em deixar o vício devem procurar a Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua residência e informar-se sobre a disponibilidade dos grupos. Veja aqui a relação de unidades sob gestão do CEJAM: https://cejam.org.br/onde-atuamos/sao-paulo