Prontobaby teve aumento evidenciado em 110% na emergência, com 881 entradas em sete dias

Nas últimas semanas, os hospitais do Rio de Janeiro sofreram com emergências pediátricas lotadas. Com apenas três hospitais públicos com emergência infantil, como consta no site do Governo do Estado, e algumas particulares, o caos é devido ao aumento expressivo de doenças que acometem crianças fora de época, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) e problemas gastrointestinais.

O Prontobaby, hospital referência pediátrica, por exemplo, teve o aumento evidenciado em cerca de 110% no número de atendimentos, se comparado ao mesmo período de 2021. Foram contabilizadas 881 entradas por semana e uma média de 160 por dia na emergência. Só no último mês foram 5.000 novos casos no hospital, quase o dobro, se comparado a dezembro de 2021, com 3.280.

Segundo a Dra. Aline Magnino, diretora médica do Grupo Prontobaby, esta demanda aumenta conforme a fase da sazonalidade de doenças respiratórias na pediatria.

“Com período crítico de março a julho, esses casos tem etimologia viral, em sua maioria. A exemplo está o vírus sincicial respiratório, o metapneumovírus, o adenovírus e a parainfluenza. É preciso considerar também o retorno em massa das crianças às escolas, dos pais ao trabalho presencial e a liberação de locais públicos para recreação e lazer, fatores importantes para o aumento da demanda nos pronto-atendimentos pediátricos”, sinaliza a médica.

A crescente busca por atendimento médico de urgência ou emergência para crianças e adolescentes é um cenário que se repete por todo o país. O mesmo tem ocorrido em estados da região sul e sudeste, por exemplo, fazendo com que alas da pediatria fiquem lotadas e o tempo de espera para ser atendido seja maior.

De acordo com o diretor-geral da rede, Dr. Mario Viana, as unidades Prontobaby estão operando na sua capacidade máxima, tanto em termos de estrutura física, quanto operacional e de atendimento. Ele ressalta que o tempo de espera acrescido se deve ao fato de que o hospital segue a classificação de risco do Ministério da Saúde, “com o objetivo de manter a segurança no atendimento ao paciente conforme sua criticidade e urgência”, pontua o diretor.

Vale ressaltar que 85% dos problemas de saúde podem ser resolvidos sem a necessidade de ir a um serviço de emergência ou pronto-socorro, como afirma o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS). O dado, do Ministério da Saúde, aponta que as unidades básicas de saúde são capazes de dar solução à maioria casos. Mas, na prática, a população ainda procura, primeiro, a emergência hospitalar. Não há dados oficiais que atestem essa realidade, mas diferentes pesquisas nacionais indicam que 80% dos pacientes que buscam um pronto-socorro são classificados como verde e azul, ou seja, sem gravidade, o que tem acontecido nas emergências pediátricas do país.