Hospitais de Sergipe se unem em defesa da sustentabilidade e do fortalecimento da rede filantrópica

 

Com o objetivo de fortalecer o diálogo e construir soluções coletivas para a rede hospitalar filantrópica, foi aberto oficialmente nesta quinta-feira, 30, o 4º Encontro de Hospitais Filantrópicos de Sergipe e o 1º Encontro AHESE – Hospitais, Clínicas e Laboratórios. Realizado no auditório do Tribunal de Contas do Estado (TCE-SE), o evento reúne gestores, profissionais de saúde e especialistas renomados para discutir o futuro de um setor estratégico, que representa a principal retaguarda de leitos e cirurgias eletivas do Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o país.

A cerimônia de abertura contou com a participação de autoridades e lideranças do setor. Compuseram a mesa a presidente da Federação dos Hospitais Filantrópicos de Sergipe (Federase), Carolina Teixeira; a presidente da Associação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde de Sergipe (AHESE), Marcela Pithon; o presidente da Federação Brasileira de Hospitais (FBH), Reginaldo Teófanes; a conselheira do TCE-SE, Angélica Guimarães; a secretária municipal de Saúde de Aracaju, Débora Leite; a vice-presidente da Federase e interventora do Hospital Cirurgia, Márcia Guimarães; além do promotor de Justiça, Jarbas Adelino.

“Hoje é um dia especial para o setor filantrópico de nosso estado. Este é um momento para unirmos forças e trocarmos experiências que promovam melhorias para esses estabelecimentos, tão necessários à própria sustentabilidade do SUS”, afirmou Carolina Teixeira, presidente da Federase.

De acordo com ela, o espírito que norteia o encontro é a compreensão de que, diante de desafios estruturais e financeiros crescentes, a colaboração entre instituições e a construção de redes de conhecimento são caminhos indispensáveis para a sobrevivência e o aprimoramento do setor, que atualmente responde por cerca de 70% das cirurgias eletivas realizadas no país.

Rede hospitalar
Durante a cerimônia, a presidente da AHESE, Marcela Pithon, apresentou um panorama da saúde sergipana. O estado possui 83 hospitais em funcionamento, dos quais 14 são filantrópicos. Dos 75 municípios, 46 dependem exclusivamente do SUS, sem qualquer oferta de serviços privados na rede hospitalar.

Ainda segundo ela, além da importância assistencial, o setor tem peso econômico significativo. Nacionalmente, a saúde privada representa 6% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto o SUS corresponde a cerca de 4%. “Mesmo com essa relevância, enfrentamos uma das maiores cargas tributárias do país. Medicamentos, exames e equipamentos chegam a suportar mais de 40% em tributos”, sublinhou Marcela.

A conselheira do TCE-SE, Angélica Guimarães, ressaltou a trajetória histórica do setor filantrópico e sua contribuição à saúde pública brasileira. “Ver o crescimento da filantropia me emociona, porque como médica também vim da filantropia. Quero parabenizar a Federase e a AHESE pela iniciativa de unir o setor e promover este evento tão importante. O Tribunal de Contas se sente honrado em receber este encontro”, declarou.

O presidente da FBH, Reginaldo Teófanes, também reconheceu a importância do encontro para promover mais integração e fortalecimento ao setor. “A FBH representa mais de 4.500 hospitais, incluindo os filantrópicos. Hoje, a nossa atenção maior está nos pequenos estabelecimentos, que são aqueles que têm menos de 50 leitos, mas que representam mais de 50% dos hospitais de todo Brasil”, frisou Reginaldo Teófanes.

Programação
Ao longo de dois dias, o encontro oferece uma programação robusta, com mais de 15 palestras e seis painéis temáticos. Especialistas de todo o país abordarão temas como inovação tecnológica, sustentabilidade financeira, gestão de pessoas, acreditação hospitalar, desafios jurídicos e novas formas de financiamento para o setor.

Em sua quarta edição, o encontro se consolida como o principal fórum de saúde de Sergipe, promovendo conexões entre lideranças e instituições. Mais do que um espaço de atualização técnica, o encontro representa uma oportunidade de construção coletiva de estratégias que garantam a continuidade e o aprimoramento dos serviços prestados pelos hospitais filantrópicos.