Segundo Victor Bertollo é muito importante que a população se vacine e mantenha as medidas de prevenção contra o coronavírus

Com o início da vacinação contra a covid-19 no país, muitos brasileiros se perguntam sobre a segurança e eficácia dos imunizantes aprovados no último domingo, 17, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, para uso emergencial. Trata-se da Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan com o laboratório chinês Sinovac, e a Covishield, desenvolvida pela Universidade de Oxford e produzida em parceria entre a AstraZeneca e a Fiocruz. Victor Bertollo, médico infectologista do Hospital Anchieta de Brasília, esclarece que ambas as vacinas são, sim, seguras e eficazes.

“A população precisa saber que a Anvisa é um órgão com renome mundial e uma equipe técnica muito capacitada. Eles fizeram uma análise bastante extensa de todas as informações dos dois imunizantes”, justifica. O especialista explica também que não foi observado nenhum efeito adverso grave associado às vacinas. “É importante deixar isso claro porque, quando falamos em vacinar milhões e milhões de indivíduos, é natural que ocorram, nessa população, alguns eventos que não têm relação com o imunizante”, afirma.

Ele exemplifica: “se nós déssemos um copo de água para 20 milhões de indivíduos, naquele dia pessoas certamente viriam a óbito por questões da vida, como infartos, atropelamentos, ou outras doenças, mas não foi o copo de água que causou isso. É a mesma coisa com a vacina”, compara. Conforme o infectologista, os efeitos associados aos imunizantes são sintomas leves, como dor no local da injeção e, no máximo, febre baixa, um pouco de mal estar e dor no corpo. “São consequências passageiras, que não precisam necessariamente de qualquer atenção médica e que vão passar espontaneamente”, complementa.

Além disso, Bertollo explica que a Coronavac teve uma eficácia global de 50%, ou seja, ela diminuiu pela metade o risco de uma pessoa ter qualquer sintoma da covid-19. “Mas a eficácia que tem mais relevância para a saúde pública e mesmo para o indivíduo é a de 78%, que representa o quanto a vacina é capaz de reduzir o risco de alguém precisar de atendimento médico por conta da doença. Esse é um impacto muito grande, porque vai desafogar nossos hospitais”, ressalta. Dr Victor conclui: “É muito importante que a população se vacine e continue mantendo as medidas de prevenção, pelo menos até termos vacinado todos os grupos prioritários e observarmos como vai estar o andamento da pandemia”.