Já pensou em preencher seu próprio prontuário? Dar voz aos pacientes pode ampliar a segurança na assistência

Com uso de aplicativo, Einstein se apoia em tecnologia para dispor cuidado em saúde cada vez mais seguro

Engajamento dos pacientes faz parte de um olhar assistencial centrado na pessoa

 Já imaginou poder preencher proativamente seu prontuário para avaliação do seu médico? Isso é parte do que defende a iniciativa mundial “open notes”, que permite que um paciente tenha livre acesso às suas informações de saúde, a fim de se apropriar, por exemplo, das anotações da equipe sobre o seu diagnóstico e dos próximos passos do tratamento a que será submetido.

No Einstein, a ideia foi implementada em 2021 e vem ganhando outras nuances desde então. Atualmente, mais do que ler seu próprio prontuário, o paciente pode utilizar o aplicativo para inserir dados importantes para sua assistência, como alergias, procedimentos realizados, histórico familiar e medicamentos que faz (ou passou a fazer) uso.

O processo, segundo Claudia Laselva, diretora da Unidade Hospitalar Morumbi e de Práticas Assistenciais do Einstein, ajuda a ampliar a segurança no cuidado, à medida que o paciente tenha a oportunidade de refletir e informar esses detalhes em um momento no qual não esteja submetido a estresse, vivenciando um quadro de dor ou emergencial.

“Toda informação colocada pelo paciente no prontuário fica sinalizada como tendo sido incluída por ele. Essas notas, é claro, são confirmadas em um próximo atendimento por um profissional de saúde capacitado, exatamente com o intuito de garantir o princípio da segurança”, explica.

O aplicativo tem, ainda, uma configuração que permite monitorar todos os logins de acesso àquele documento. “O sigilo e a confidencialidade das informações de saúde seguem priorizados, o que significa que, além dos profissionais de saúde, somente o paciente e seu responsável (ou alguém designado por ele) podem ter conhecimento de tudo que for descrito no prontuário”, esclarece Claudia.

De acordo com Ana Merzel Kernkraut, coordenadora do Programa de Experiência do Paciente da organização, tanto as tecnologias quanto a implantação de protocolos e processos que viabilizem o atendimento centrado na pessoa são estratégias que deixam o paciente mais à vontade para questionar, se inteirar e interagir sobre seu tratamento e diagnóstico.

“O acompanhamento integral e online de seu plano de cuidado faz com que o paciente seja envolvido em seu próprio cuidado e passe a ser visto como coparticipante, e é isso que buscamos, um paciente empoderado, que tenha voz”, comenta Ana.

Do pronto-socorro à internação

Outra iniciativa do Einstein nessa esfera é a chamada “Sala de Espera Ativa”, que começa a “ouvir” o paciente antes mesmo de ele entrar no consultório do pronto-atendimento. Assim, quando ele passa pela triagem, recebe um pop-up no aplicativo “Meu Einstein”, o mesmo que dá acesso ao prontuário, pedindo para que relate o motivo de ter vindo ao pronto-socorro e quais outras informações seriam importantes que o profissional de saúde que irá atendê-lo tivesse. A proposta é entender não somente a queixa daquele exato momento, mas antecedentes e preocupações adicionais que o médico precise saber.

Por outro lado, quem já está hospitalizado recebe um tablet conectado a seu plano de cuidado – o mesmo que pode ser lido no aplicativo – e ainda conta com uma estrutura de “quarto automatizado”, que também segue a premissa de autonomia do paciente, mas no que diz respeito a seu conforto e bem-estar, dando espaço para que ele maneje a TV, o ar-condicionado e outros dispositivos do ambiente.

“A participação ativa do paciente é de extrema importância, ela se dá a partir de uma construção conjunta com o médico e equipe assistencial e permite maior engajamento com sua saúde e adicional percepção de valor. O acolhimento dentro de uma unidade de saúde está, sobretudo, baseado no respeito e na escuta ativa, empática e solidária das demandas desse indivíduo”, conclui Claudia.