Leucoplasia, Edema de Reinke e Câncer de Laringe: três doenças que os fumantes devem ter atenção

Na semana em que é celebrado o Dia Mundial Sem Tabaco (31/5), otorrino do Hospital Paulista alerta sobre os principais sintomas que esse público deve se atentar e a importância do exame de laringoscopia para o diagnóstico dessas enfermidades

O Dia Mundial Sem Tabaco (31/5) é uma data de especial relevância para os otorrinolaringologistas, tendo em vista a grande quantidade de doenças relacionadas ao hábito de fumar que afetam estruturas da boca, garganta e nariz. Muitas delas, é sabido, podem ser identificadas com rapidez e tratadas com maior efetividade, se estivermos a par dos principais sintomas e, sobretudo, conscientes quanto a necessidade de investigar suas causas.

Nesse contexto, o otorrinolaringologista Dr. Rui Imamura, do Voice Center – Centro Especializado em Laringe e Voz do Hospital Paulista, elege três doenças que os fumantes devem ter atenção especial no que se refere à prevenção: Leucoplasia, Edema de Reinke e, principalmente, o Câncer de Laringe.

“São três doenças intimamente associadas ao tabagismo. E que a redução desse hábito tem grande impacto na redução da incidência das mesmas”, resume ele, ao destacar que a melhor forma de evitá-las é justamente parando de fumar. Mas, a quem insiste, ele recomenda atenção redobrada com a voz, sobretudo. Alterações podem servir de alerta.

“A rouquidão é o sintoma mais clássico. Em pacientes que fumam, quando o problema persiste por mais de duas semanas, é importante investigar”, observa o médico, lembrando que a principal preocupação sempre é com o câncer de laringe – a mais grave das anomalias entre as destacadas aqui.

“Nesse caso, a rouquidão é um sintoma inicial, que geralmente vem acompanhado de tosse persistente, dor durante a deglutição e fala, dificuldade para engolir, entre outros. É sem dúvida a enfermidade mais grave relacionada ao tabagismo, tratada pela Otorrinolaringologia”.

Ele destaca que o Brasil é um dos principais países em casos de câncer de laringe. Em média, cerca de 7 mil pacientes são diagnosticados com a doença a cada ano.

Ainda assim, a Leucoplasia e o Edema de Reinke não deixam de ser uma preocupação menor. A Leucoplasia, aliás, pode evoluir para um quadro de câncer de laringe, caso não tratada. Ela se notabiliza principalmente por lesões na laringe, além de rouquidão ou alterações na voz.

“É uma lesão que se assemelha a uma mancha branca, que pode ser pré-maligna ou já ter células cancerígenas em sua base, e surge nas diversas mucosas da via aérea e, também, na corda vocal e laringe. Para uma célula se tornar cancerígena ela vai sofrendo algumas transformações e uma dessas manifestações é a superfície branca detectada pela laringoscopia”, explica o Dr. Imamura.

O Edema de Reinke, por sua vez, se manifesta por rouquidão com agravamento do tom vocal. Quando ocorre em mulheres, é frequente a queixa de masculinização da voz. Ocorre em pacientes que fazem uso intensivo da voz e, principalmente, tabagismo por muitos anos. O tratamento pode ser clínico nos casos de inchaço leve, afastando os fatores irritativos, principalmente o tabagismo; e cirúrgico nos casos moderados e graves.

Em todos esses casos, o Dr. Imamura destaca o exame de videolaringoscopia é o mais recomendável para identificação precoce da causa dos sintomas e favorece muito a chance de tratamento eficaz e cura, mesmo nos casos de câncer.

“A videolaringoscopia permite a identificação de alterações presentes na cavidade oral, orofaringe e laringe por meio de um endoscópio, acoplado a um sistema de vídeo. Este instrumento capta, amplifica e registra as imagens. O som da voz e a imagem são gravados e servem para diagnosticar as eventuais anomalias presentes”, esclarece o especialista, acrescentando que o procedimento é rápido (demora em torno de 2 a 4 minutos), não requer jejum, além de ser de baixo custo.

“Nos casos de leucoplasia, câncer e mesmo de papiloma, os vasos associados à lesão também se modificam, o que pode ser melhor visto quando a laringoscopia é feita com equipamento especial (cromoscopia ou narrow band imaging – NBI). Este equipamento, disponível no Voice Center do Hospital Paulista, permite aumentar a acurácia diagnóstica destas lesões”, enfatiza o médico. Mais informações no link.

Sobre o Hospital Paulista de Otorrinolaringologia

Fundado em 1974, o Hospital Paulista de Otorrinolaringologia possui quase cinco décadas de tradição no atendimento especializado em ouvido, nariz e garganta e durante sua trajetória, ampliou sua competência para outros segmentos, com destaque para Fonoaudiologia, Alergia Respiratória e Imunologia, Distúrbios do Sono, procedimentos para Cirurgia Cérvico-Facial, bem como Buco Maxilo Facial.

Em localização privilegiada, a 300 metros da estação Hospital São Paulo (linha 5-Lilás) e a 800 metros da estação Santa Cruz (linha 1-Azul/linha 5-Lilás), possui 42 leitos, UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e 10 salas cirúrgicas, realizando em média, mensalmente, 500 cirurgias, 7.500 consultas no ambulatório e pronto-socorro e, aproximadamente, 1.500 exames especializados.

Referência em seu segmento e com alta resolutividade, conta com um completo Centro de Medicina Diagnóstica em Otorrinolaringologia, assim como um Ambulatório de Olfato e Paladar, especializado no diagnóstico e tratamento de pacientes com perda total ou parcial dos sentidos. Dispõe de profissionais de alta capacidade oferecendo excelentes condições de suporte especializado 24 horas por dia.